Sara Carinhas brinda às memórias partilhadas

Depois de criações em torno da obra de Virginia Woolf, a actriz e encenadora alarga o seu universo literário em Última Memória, de 22 de Março a 2 de Abril no Teatro São Luiz.

Foto
Joana Botelho

É provável que esta seja a despedida de Sara Carinhas da sua relação de palco com a escritora Virginia Woolf. Se os seus primeiros passos na encenação se deram com uma estimulante adaptação teatral de As Ondas, escavando depois com maior intensidade a relação entre o corpo e as palavras na abordagem (partilhada com Victor Hugo Pontes) a Orlando, em Última Memória a actriz e encenadora intuía que iria fechar esta trilogia distendida em torno da autora. Só que, durante a preparação de um espectáculo em que sabia querer rodear-se de fotografias e livros, em que sabia querer tratar a memória, a sua falibilidade e as implicações que tem na identidade quando se desvanece e abandona cruelmente uma vida, às certezas de querer incluir “algumas pistas autobiográficas, concretas, simples — braços que se estendiam e permitiriam unir umas coisas às outras”, juntou-se o enamoramento com uma série de outras vozes femininas que alteraram consideravelmente os seus planos. “[Virginia Woolf] Acabou por entrar, mas muito menos do que eu pensava”, admite Sara Carinhas ao Ípsilon. “Ela está presente mas, tal como eu mudei, também a minha relação com ela mudou. Agora está mais acompanhada, deixou de ser protagonista.”

Os leitores são a força e a vida do jornal

O contributo do PÚBLICO para a vida democrática e cívica do país reside na força da relação que estabelece com os seus leitores.Para continuar a ler este artigo assine o PÚBLICO.Ligue - nos através do 808 200 095 ou envie-nos um email para assinaturas.online@publico.pt.
Sugerir correcção
Comentar