FC Porto obrigado a jogar pelo seguro em Braga

“Dragões” conseguem manter a vice-liderança intacta, mas vêem aumentar o fosso para o Benfica.

Foto
Portista Otávio e bracarense Sequeira em duelo EPA/JOSE COELHO

Sp. Braga e FC Porto empataram a zero no duelo pela vice-liderança do campeonato, uma discussão que não sofreu alteração, mantendo-se a vantagem de dois pontos para os portistas, mas que poderá ter sido decisiva para a questão do título, cujo fosso face ao Benfica está já em dez pontos, com nove jornadas para disputar.

Sem capacidade para contrariar a ambição do Sp. Braga, o FC Porto não disfarçou o dilema de ter que correr pelo título e, simultaneamente, não se expor ao elevado risco de perder tudo numa tarde em que podia acabar na terceira posição.

Ainda assim, começou melhor a formação portuense. Em dois minutos, sempre por Taremi, o FC Porto desperdiçava as primeiras grandes oportunidades de golo da tarde: Isolado, o iraniano tentou iludir Matheus, mas exagerou na colocação da bola, que saiu ao lado; logo a seguir, o avançado portista chegou atrasado a um cruzamento de Otávio, interceptado pelo guarda-redes do Sp. Braga.

Soava o alarme na Pedreira, a lembrar aos minhotos que o segundo lugar do campeonato exigia mais. Os jogadores da casa interiorizaram rapidamente a mensagem, construindo um par de excelentes ocasiões resolvidas por Diogo Costa igualmente no espaço de dois minutos. O guarda-redes dos “azuis e brancos” negou o golo a Bruma e a Abel Ruíz com duas intervenções irrepreensíveis.

Com isso, aproveitou o Sp. Braga para se agigantar, pressionando alto e aproximando-se cada vez mais da baliza portista para ensaiar alguns remates, embora nenhum deles tenha sido enquadrado com a baliza. Os constrangimentos do “dragão” eram óbvios, com um único remate contra oito do adversário, o que levou Sérgio Conceição a actuar antes do intervalo.

Depois de um erro crasso, num atraso comprometedor, Rodrigo Conceição foi a primeira vítima, com Grujic a acompanhar o filho do treinador na dupla substituição. O FC Porto chamava Pepê à lateral direita, oferecendo o corredor esquerdo a Galeno, tentando acalmar os nervos do meio-campo com a entrada de Eustáquio.

O FC Porto activava instantaneamente a velocidade do extremo brasileiro, mas um erro de Marcano dava aos “guerreiros” a possibilidade de terminarem a primeira parte com mais uma situação de aperto para os visitantes.

Ainda reflexo do nervosismo portista, Wendell já não regressou para a segunda parte. Com um cartão amarelo, o lateral brasileiro deu indicações de instabilidade emocional e Sérgio Conceição não arriscou, apostando em Zaidu.

O intervalo beneficiou o FC Porto, que regressou mais dinâmico e perigoso, testando os reflexos de Matheus num remate de Galeno. Na resposta, o Sp. Braga recordava o adversário que não estava disposto a abdicar da posição que garante acesso directo à Liga dos Campeões, mas o remate de Ricardo Horta falhou o alvo.

Aos poucos, o Sp. Braga recuperava as rédeas da partida, reservando aos portistas um papel mais cínico. Era a hora de assumir a defesa da vice-liderança, mais até do que pensar na diferença pontual para o líder do campeonato, mesmo que o empate significasse a capitulação na defesa do título.

Sem nada a perder, Artur Jorge sabia que precisava vencer o rival directo e que só o conseguiria com a coragem necessária para abater o campeão. Apesar dessa certeza, o jogo caminhou para um nulo que Evanilson não conseguiu evitar ao falhar de forma incrível o golo que daria um final feliz aos "dragões", mas muito injusto para os "arsenalistas", que tiveram, no último fôlego, ensejo para vencer em lance de Pizzi.

Sugerir correcção
Ler 2 comentários