Uma criança de sete anos foi morta na madrugada desta terça-feira, alegadamente pelo avô, em Vialonga, Vila Franca de Xira, com, ao que tudo indica, uma faca doméstica. De acordo com a porta-voz da GNR, Mafalda Gomes de Almeida, citada pela agência Lusa, a criança vivia com o avô, de 69 anos, e a mãe, no Bairro da Icesa, não sendo conhecido “contexto de violência doméstica”.

Depois da morte da neta, o homem tentou suicidar-se (cortou os pulsos e espetou a faca no abdómen), tendo sido transportado para o hospital em estado grave. Fonte da Polícia Judiciária (PJ) diz que o homem não se encontra em perigo de vida, foi submetido a uma cirurgia e ficou internado.

No Bairro da Icesa, os vizinhos estão chocados com a morte da menina. Não eram conhecidos sinais de violência e era habitual o avô levar e ir buscar a neta à escola, conta uma vizinha ao PÚBLICO.

Leonilde Nunes, amiga da mãe da menina, diz que não consegue perceber o que aconteceu porque a família dava-se bem. “Não há explicação. O avô adorava a menina e andava sempre de mão dada com ela. A menina tratava-o por pai...”, afirmou.

David Gomes, que vive no mesmo prédio, conta que a família vive há vários anos, cerca de sete, no local e que nunca achou nada estranho: “É muito pacata, ‘cinco estrelas’.” Mas esta madrugada acordou com os gritos da mãe da criança e quando foi à janela viu bombeiros e GNR na rua. “A minha bebé! A minha bebé! Não cheguei a tempo de salvar a minha bebé!”, terá gritado a mãe, segundo este vizinho.

A menina terá sofrido vários golpes na zona do pescoço e no tronco e terá sido a própria mãe que chamou o socorro quando chegou a casa, por volta das 4h, e se deparou com este cenário de violência.

Segundo disse o Comando Sub-regional de Emergência e Protecção Civil da Área Metropolitana de Lisboa, o alerta para o incidente envolvendo uma “arma branca” ocorreu às 4h16 desta terça-feira e foram mobilizados para o local seis veículos e 12 operacionais, mas também os bombeiros, a GNR e o INEM. A PJ foi chamada ao local, estando a investigar a ocorrência.

De acordo com fonte da PJ, a criança não estava sinalizada pela Comissão de Protecção de Crianças e Jovens (CPCJ) e não há indícios da intervenção de terceiros, além do avô, na morte da menina. A mãe está em choque e ainda não conseguiu prestar declarações sobre o sucedido.