Russos preferem a inflação de 100% na Argentina à guerra de Putin

Mais de 22 mil russos entraram no país sul-americano desde o início do ano passado graças à política argentina de portas abertas e sem temer a crónica crise económica.

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Mark Boyarsky com a mulher e os dois filhos no bairro de Belgrano, em Buenos Aires Sarah Pabst/Bloomberg

No verdejante Parque de Las Heras, perto do centro de Buenos Aires, jovens mães empurram carrinhos de bebé no calor de final de Verão enquanto os moradores bebem mate na sombra. A cena seria típica de qualquer bairro de classe média de uma capital sul-americana, excepto por uma coisa: todas as mães falam russo. Elas têm vindo a chegar em massa à Argentina desde a invasão da Ucrânia ordenada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, há pouco mais de um ano, muitas a fazer a viagem de mais de 16 mil quilómetros, incluindo escalas, durante a gravidez. Apesar das contínuas crises económicas e da inflação próxima dos 100%, a Argentina aparece como um refúgio da guerra, da crescente repressão à dissidência no seu país e das rígidas restrições para a emissão de vistos que atingem os cidadãos russos noutras partes do mundo.

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