Ciclone Freddy fez mais de 270 mortos em Moçambique, Malawi e Madagáscar

Tempestade que bate todos os recordes continua a matar.

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Quelimane, Zambézia, é das zonas mais afectadas pelo ciclone Freddy em Moçambique LUSA/ANDRÉ CATUEIRA

O ciclone Freddy matou mais de 270 pessoas em Moçambique, em Madagáscar e no Malawi, segundo balanços ainda bastante preliminares das autoridades dos três países africanos. Esta quarta-feira, o Presidente moçambicano Filipe Nyusi dava conta de 53 mortes no país durante a semana passada, à segunda passagem da tempestade pela região.

Sofala e a Zambézia são as áreas mais atingidas em Moçambique, com centenas de pessoas desalojadas. As comunicações e o fornecimento de electricidade foram cortados em Quelimane, capital da província da Zambézia, e a extensão dos danos e o número total de vítimas ainda não é inteiramente claro.

Mais de 171 mil pessoas já tinham sido afectadas depois de o ciclone ter atingido o Sul de Moçambique pela primeira vez, em Fevereiro, e cerca de meio milhão de moçambicanos poderão ter afectados desta vez, segundo o Gabinete de Coordenação de Assuntos Humanitários das Nações Unidas. Há também enorme preocupação em relação à intensificação de um surto de cólera no país.

A situação revela-se nos últimos dias mais crítica no vizinho Malawi, com chuvas torrenciais a causarem inundações e deslizamentos de terra, sobretudo na zona de Blantyre, a segunda maior cidade do país.

O ciclone Freddy já terá batido vários recordes meteorológicos: mais de um mês depois de se ter formado ao largo da Austrália e atravessado o Oceano Índico, percorrendo mais de 8000 quilómetros, será a tempestade mais duradoura de sempre, a com maior energia acumulada e a que registou mais ciclos de intensificação. Os efeitos são igualmente impressionantes: durante o último mês, choveu em Moçambique o que costuma chover num ano inteiro.

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