Centro de Bakhmut é uma “zona de matança”

Forças russas dizem estar muito próximas do centro da cidade, mas a travessia do rio será um dos movimentos mais arriscados.

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Soldado ucraniano perto da linha da frente em Bakhmut Reuters/STRINGER

As forças russas estão a progredir rumo à tomada de Bakhmut, cidade no Donbass que tem sido alvo de intensos combates onde já morreram dezenas de milhares de soldados dos dois lados. O grupo Wagner diz que está muito próximo de conseguir controlar o centro da cidade, mas os analistas ocidentais consideram que haverá muito mais baixas até conseguir consolidar os ganhos.

Yevgeny Prigozhin, líder do grupo de mercenários russos, publicou este sábado um vídeo em que aparece à janela de um edifício e aponta para outro que diz ser a sede da administração municipal de Bakhmut, a pouco mais de um quilómetro. A veracidade das informações não pôde ser comprovada de forma independente. Os analistas ocidentais tinham detectado uma aparente “pausa táctica” por parte das forças russas.

No entanto, um relatório do Ministério da Defesa britânico afirma que os paramilitares ao serviço do Kremlin tomaram a maioria da zona leste de Bakhmut, mas ainda não conseguiram atravessar o rio que funciona, neste momento, como linha da frente dos combates. Sem pontes para cruzar o rio, será “altamente desafiante” para os mercenários russos chegarem ao centro da cidade, diz o mesmo relatório, citado pela AP, falando numa "zona de matança", por causa dos atiradores furtivos ucranianos que estão com a mira apontada para o rio.

Apesar da vantagem defensiva, as forças ucranianas e as suas linhas de abastecimento estão vulneráveis “às contínuas tentativas russas de flanquear os defensores a partir do Norte e do Sul”, refere o Ministério da Defesa britânico.

A batalha pelo controlo de Bakhmut arrasta-se há sete meses e é já a mais longa desde o início da invasão russa, em Fevereiro do ano passado. Apesar de não ter valor estratégico relevante, a localidade que antes da guerra tinha 70 mil habitantes tem sido descrita pelos dois lados como um objectivo importante por estar a servir como fonte para esgotar as forças inimigas. Estima-se que pelo menos 20 mil soldados russos tenham morrido em Bakhmut.

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