Nos valoriza em bolsa depois de subida de 55% dos lucros e anúncio de dividendo

A Nos aumentou os lucros em 55,8% em 2022, resultado que fica a dever-se às mais-valias obtidas com a venda de torres de telecomunicações à Cellnex.

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Miguel Almeida é o presidente executivo da Nos Daniel Rocha

A Nos está a valorizar, esta quarta-feira, perto de 2% na bolsa nacional, depois de ter apresentado os resultados de 2022. Para além do crescimento expressivo dos lucros obtidos no ano passado, que resulta, sobretudo, da venda de torres à Cellnex, os investidores reagem de forma positiva, também, ao anúncio de distribuição de dividendos por parte da operadora.

Esta manhã, a Nos chegou a subir mais de 3%, liderando os ganhos na bolsa nacional, ficando depois a valorizar mais de 1,8% e a negociar nos 4,25 euros por acção.

Este desempenho acontece depois de, na terça-feira, a operadora ter anunciado que obteve um resultado líquido de 224,6 milhões de euros no conjunto de 2022, valor que representa uma subida de 55,8% face ao ano anterior, um crescimento que fica a dever-se a uma operação de venda de torres à Cellnex.

"O resultado líquido ascendeu a 33,3 milhões de euros no quarto trimestre de 2022, elevando o resultado líquido total para 224,6 milhões de euros no exercício de 2022. O aumento significativo em termos homólogos é influenciado pela mais-valia da venda de um portefólio de torres à Cellnex, no âmbito de uma parceria de longo prazo anunciada em Abril de 2020", pode ler-se no comunicado enviado pela Nos à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Esta operação, anunciada em Abril do ano passado e que envolveu a venda de 350 activos de comunicações (como torres e coberturas de edifícios), resultou num encaixe de 155 milhões de euros para a Nos, valor que se soma às receitas de 375 milhões que a Nos já tinha obtido, em 2020, com a venda da Nos Towering, também à Cellnex.

Sem o impacto desta operação, refere ainda a operadora, o resultado líquido alcançado em 2022 teria sido de 1385 milhões de euros, valor que representaria uma redução de 4% face ao resultado recorrente do ano anterior. Mesmo assim, e apesar das "pressões inflacionistas" que a Nos diz continuarem a "afectar" os resultados em "áreas como a energia, equipamentos terminais e salários", as receitas totais da operadora aumentaram mais de 6% em 2022 e totalizaram 1521 milhões de euros

A justificar a queda de 4% do resultado recorrente (lucro sem contabilizar a mais-valia obtida com a venda de torres à Cellnex) esteve, então, o investimento de 496 milhões de euros que a Nos fez no ano passado, a larga maioria do qual (473 milhões de euros) foi destinado à implementação da tecnologia 5G e à expansão das redes de fibra óptica.

Perante estes resultados, o conselho de administração da Nos vai propor à assembleia-geral de accionistas o pagamento de um dividendo de 27,8 cêntimos por acção, relativo ao exercício de 2022, que fica "em consonância com os últimos três anos" e representa um retorno de 6,6% para os accionistas.

A este, vai ainda acrescer um dividendo extraordinário, que irá reflectir as mais-valias obtidas com a venda das torres à Cellnex. "Após a conclusão da transacção de venda de torres concluída em 2022, e considerando a estrutura de capital conservadora, o conselho de administração também aprovou uma proposta para a próxima assembleia-geral de um dividendo extraordinário de 15,2 cêntimos por acção, ligado à mais-valia e [fluxo de caixa] gerados por esta transacção não recorrente", pode ler-se no comunicado da operadora.

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