Prémio literário Oceanos abre inscrições e anuncia dois vencedores a partir de 2023

Passa a haver duas categorias, poesia e prosa (incluindo ficcão narrativa e dramaturgia), cada uma delas dotada com 150 mil reais (cerca de 27 mil euros).

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Selma Caetano, coordenadora do prémio Oceanos DR

As inscrições para o Oceanos – Prémio de Literatura em Língua Portuguesa 2023 começam esta segunda-feira e vão até 9 de Abril, nesta edição que terá dois vencedores, um na categoria de poesia e outro para obras em prosa e dramaturgia.

Num comunicado, a Associação Oceanos e o Itaú Cultural, que administram o prémio, destacaram que poderão ser inscritos romances, livros de poesia, de conto, de crónicas e obras de dramaturgia, editados em qualquer lugar do mundo desde que escritos originalmente em língua portuguesa e publicados entre os dias 1 de Janeiro e 31 de Dezembro de 2022.

Pela primeira vez, porém, o prémio terá inscrições divididas em duas listas, uma de poesia, outra de prosa (romance, conto, crónica) e dramaturgia, contando com júris específicos para a avaliação das obras. O prémio passa, portanto, a ter dois vencedores.

"O prémio Oceanos tem organicidade e deixa ainda mais translúcida a diversidade dos povos e nações que conferem à nossa língua a sua força e beleza. Por isso o Oceanos precisa e é vocacionado a se adequar e ampliar os horizontes de todos as formas de escrever literatura em língua portuguesa", disse Eduardo Saron, presidente da Fundação Itaú, em comunicado.

Manuel da Costa Pinto, curador brasileiro do Oceanos, considerou que a decisão de criar dois grandes campos ocorreu naturalmente. "Após vários anos durante os quais livros de diferentes géneros concorriam entre si, esta decisão decorre de uma percepção, consensual na teoria literária, de que a criação poética aponta para um trabalho formal diferente daquele que encontramos nas demais linguagens", disse.

"É claro que isso não cancela a avaliação do uso de recursos poéticos na prosa, da dramaturgia na poesia etc., mas contaremos com jurados plenamente capazes de contemplar também esse aspecto, tão presente na produção contemporânea", acrescentou Costa Pinto.

Outra novidade da edição 2023 diz respeito ao valor do prémio, que passa a ser de 300 mil reais (54 mil euros), divididos entre os vencedores de poesia e de prosa/ dramaturgia: cabendo, pois, 150 mil reais (cerca de 27 mil euros) a cada um.

Até aqui, o prémio tinha um valor global de 250 mil reais, que eram distribuídos pelos três primeiros classificados: 120 mil reais (perto de 22 mil euros) para o vencedor, 80 mil reais (cerca de 14.500 euros) para o segundo lugar e 50 mil reais (cerca de nove mil euros) para o terceiro.

Todo o processo será organizado pelos curadores Manuel da Costa Pinto, do Brasil, Isabel Lucas, de Portugal, Nataniel Ngomane, de Moçambique, e Matilde Santos, de Cabo Verde, com coordenação da gestora cultural luso-brasileira Selma Caetano.

O anúncio dos vencedores, em Dezembro, volta a ser feito este ano a partir do Brasil, onde não era realizado desde 2019. Em 2020, a transmissão foi online, devido à pandemia de covid-19. Em 2021, a cerimónia aconteceu em Portugal, seguido de Moçambique, no ano passado.

As inscrições são gratuitas e o regulamento completo está disponível no sítio do Prémio Oceanos na Internet.

A edição 2022 do Oceanos teve 2452 livros inscritos publicados em sete países: Angola, Brasil, Cabo Verde, Estados Unidos da América, Guiné-Bissau, Moçambique e Portugal. O anúncio dos três vencedores – a portuguesa Alexandra Lucas Coelho, o moçambicano João Paulo Borges Coelho e a brasileira Micheliny Verunschk – aconteceu em Maputo, capital de Moçambique.

O Oceanos é realizado, via Lei de Incentivo à Cultura, pelo Ministério da Cultura do Brasil, e conta com o patrocínio do Banco Itaú e da Direcção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas da República Portuguesa; tendo ainda apoios do Itaú Cultural, do Ministério da Cultura e do Turismo de Moçambique e do Ministério da Cultura e das Indústrias Criativas de Cabo Verde, além do apoio institucional da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

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