Entrada da Ucrânia na NATO será feita a “longo prazo”, diz Stoltenberg

Secretário-geral da Aliança Atlântica assume o desejo de que o país integre o bloco, mas diz que a prioridade imediata é garantir a sua independência.

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Stoltenberg põe adesão da Ucrânia à NATO no "longo prazo" Reuters/LEHTIKUVA

A Ucrânia irá entrar na NATO a “longo prazo”, afirmou esta terça-feira o secretário-geral da Aliança Atlântica, Jens Stoltenberg, sublinhando que a prioridade imediata é a sobrevivência do país perante a invasão russa que dura há um ano.

“Os aliados da NATO concordaram que a Ucrânia deve tornar-se um membro da nossa aliança, mas, ao mesmo tempo, esta é uma perspectiva de longo prazo”, disse o responsável máximo do bloco militar, durante uma visita a Helsínquia. “A questão agora é que a Ucrânia prevaleça como uma nação soberana e independente e, por isso, precisamos de continuar a apoiar a Ucrânia”, acrescentou.

O desejo da Ucrânia em aderir à NATO foi usado pela Rússia como uma das justificações para lançar a ofensiva militar contra o país vizinho, embora as perspectivas de uma entrada da antiga república soviética tivessem sido sempre minimizadas pelos membros da Aliança Atlântica. Para Moscovo, o bloco militar ocidental aproveitou o colapso da União Soviética para expandir a sua presença na Europa até perto das fronteiras russas.

“Vejo o futuro da Ucrânia como parte da União Europeia e também como membro da NATO”, afirmou a primeira-ministra finlandesa, Sanna Marin, ao lado de Stoltenberg.

O lançamento da invasão pela Rússia levou a Suécia e a Finlândia a avançarem com pedidos de adesão à NATO, por considerarem que a entrada numa aliança militar é a única forma de prevenirem potenciais futuras agressões.

“O Presidente [Vladimir] Putin não pode continuar a atacar os seus vizinhos, ele quer controlar a Ucrânia e não está a fazer planos para a paz, está a fazer planos para mais guerra”, afirmou Stoltenberg, citado pela AFP.

O processo de adesão dos dois países nórdicos tem recebido a oposição da Turquia, por considerar que sobretudo a Suécia permite as actividades de organizações curdas, categorizadas por Ancara como grupos terroristas. Os três países têm negociações em curso para chegar a um acordo e, de acordo com o chefe da diplomacia turca, Mevlut Cavusoglu, as conversações vão ser retomadas a 9 de Março.

Stoltenberg disse que “tanto a Finlândia como a Suécia já cumpriram com o que foi prometido nos acordos trilaterais feitos com a Turquia em Junho, em Madrid”. “É tempo agora de ratificar e acolher por completo a Finlândia e a Suécia como membros”, acrescentou.

O objectivo é que os processos de adesão dos dois países sejam concluídos a tempo da cimeira da NATO de Vílnius, em Julho.

A Hungria, o único Estado-membro da NATO além da Turquia que ainda não ratificou as adesões da Finlândia e da Suécia, vai enviar uma delegação parlamentar a Helsínquia para negociar a adesão na próxima semana, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros finlandês, Pekka Haavisto.

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