Palcos da semana: Chavez, O Misantropo, Lucia, poesia e o teatro em festa

Os próximos dias trazem Molière por Hugo van der Ding e Martim Sousa Tavares, Festa do Teatro em Montemor-o-Novo, Frankie Chavez em Alcântara, ópera de Donizetti e muita Poesia à Mesa.

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Hugo van der Ding partilha com Martim Sousa Tavares a autoria de uma peça baseada em Molière Daniel Rocha
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Frankie Chavez leva o álbum Alcântara em digressão Martim Torres
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O São Carlos estreia uma nova produção de Lucia di Lammermoor António Pedro Ferreira
,Cine-Teatro Curvo Semedo
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Kindzu é uma das peças em cena na Festa do Teatro de Montemor-o-Novo Ruben Ferreira
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Eugénio de Andrade é homenageado no festival Poesia à Mesa Jose Rocha/arquivo

Ding, Tavares e seu misantropo

Quando Hugo van der Ding e Martim Sousa Tavares se juntam, é comédia mordaz na certa – que o digam os ouvintes do podcast Era Uma Vez Duas Pessoas. Agora, unem forças numa peça baseada n’O Misantropo de Molière, com encenação de Mónica Garnel e interpretações de Ana Guiomar, David Esteves, Inês Vaz, Joana Bernardo, João Vicente, José Neves, Manuel Coelho e Manuel Moreira.

Da antestreia em Sintra e da estreia oficial em Bragança, seguem para mais uma dúzia de sessões pelo país fora, no âmbito da Odisseia Nacional do D. Maria II, que produz a peça. O roteiro completo está aqui.

Chavez de Alcântara

Cheguei bem. Foi assim que Frankie Chavez se fez anunciar, recentemente, num tom diferente do que lhe conhecíamos. Essa canção abriu caminho a Alcântara, um álbum emoldurado por paisagens blues-folk, mas contrastante com a discografia anterior por ser totalmente cantado em português.

Composto por nove originais e uma versão de , de Jorge Palma, foi assim baptizado porque era nesse bairro lisboeta que Chavez vivia quando o começou a conceber, ainda em pandemia e num estúdio improvisado.

Acabado de chegar aos escaparates, Alcântara sai agora de casa para uma extensa digressão de clubes. Arranca em Torres Vedras e há-de visitar Lisboa (10 de Março), Coimbra (11), Porto (18), Leiria (24), Arcos de Valdevez (25), Braga (1 de Abril) e outros locais ainda por marcar.

Drama, comédia e festa

Dos reversos da história de Bonaparte revelados pela Companhia do Chapitô em Napoleão ou O Complexo de Épico até à cicatriz de guerra que é Kindzu, adaptação da Terra Sonâmbula de Mia Couto apresentada pelo Teatro Ibérico, vão perto de 30 espectáculos oferecidos pela Festa do Teatro de Montemor-o-Novo, num programa que contempla todo o tipo de peças, temas e público.

Entre outros, há lugar para o Som e Fúria de Isabel Rodrigues Costa, a clandestinidade pré-25 de Abril das Memórias de Uma Falsificadora de Catarina Requeijo, as palavras de Luís de Sttau Monteiro como inspiração para Esta Senhora Vem Consigo? da Theatron, as marionetas da Alma d’Arame em King Kong - Quem É o Monstro?, o tratado clown de Andréa Macera Sobre Tomates, Tamancos e Tesouras ou um bem-disposto Fado Mimado pela D’Orfeu.

Lucia entre séculos

Depois de ter encenado Faust, de Gounod, em Maio do ano passado, o espanhol Alfonso Romero Mora retorna ao São Carlos com uma nova produção de Lucia di Lammermoor, de Gaetano Donizetti. Nesta versão, a tragédia desenvolve-se em dois tempos e realidades distintas: os subúrbios de uma cidade dos nossos dias e a atmosfera oitocentista original.

Os papéis principais estão entregues à soprano Rita Marques e ao tenor Luís Gomes. A direcção musical é de Antonio Pirolli, com a Orquestra Sinfónica Portuguesa e do Coro do Teatro Nacional de São Carlos na interpretação.

Decadência, paixões e loucura pautam a ópera que Donizetti compôs para um libreto de Salvatore Cammarano, por sua vez baseado num romance de Walter Scott.

Poesia à Mesa e por todo o lado

São João da Madeira volta a pôr a Poesia à Mesa, em jeito de contagem decrescente para o dia mundial que se celebra a 21 de Março e em modo de celebração do centenário do nascimento de Eugénio de Andrade, a quem é dedicada esta 21.ª edição do festival literário.

A maior expressão da homenagem será a estreia nacional da conferência-performance Branco de Neve, que une Gonçalo M. Tavares e Os Espacialistas em torno da obra de Andrade.

Outras linhas fortes do programa são a exposição A Raiz das Palavras, a Simbiose de rap e spoken word feita por Maze e Spock, a habitual Peregrinação Poética (este ano, com o actor Marcantonio Del Carlo) e um Serão Poético com João Gil, a que se juntam apresentações de livros, tertúlias, conversas para ir Poetizando, oficinas, concursos e actividades para crianças.

São apenas alguns exemplos de como a poesia andará por todo o lado, das salas aos espaços ao ar livre, passando por restaurantes, autocarros, escolas, fábricas e até estendais, lápis e aventais.

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