Harvey Weinstein condenado a 16 anos de prisão por violação em Los Angeles

Ex-produtor já está a cumprir uma outra sentença de 23 anos por má conduta sexual em Nova Iorque.

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Harvey Weinstein no tribunal em Los Angeles Reuters/POOL

O antigo produtor e distribuidor norte-americano Harvey Weinstein foi esta quinta-feira condenado em Los Angeles a 16 anos de prisão pela violação de uma actriz em 2013.

Weinstein foi sentenciado num tribunal de Los Angeles, o mesmo onde em Dezembro foi considerado culpado de violação com uso de força, sexo oral forçado e penetração sexual com um objecto.

As acusações resultaram da agressão sexual a uma antiga modelo e actriz, identificada em tribunal como Jane Doe 1, num hotel de Los Angeles, em Fevereiro de 2013.

O co-fundador da produtora e distribuidora de cinema Miramax Films vai cumprir a sentença agora proferida depois de completar uma outra, de 23 anos, por má conduta sexual em Nova Iorque.

O caso de Harvey Weinstein ajudou a desencadear o movimento MeToo, que encorajou várias mulheres a denunciar situações de assédio e abuso sexual por parte de homens com cargos de poder em vários meios, da comunicação à política.

Durante o julgamento em Los Angeles, Weinstein declarou-se inocente, alegando que os encontros sexuais tinham sido consensuais.

Os procuradores pediram uma pena de longa duração de 24 anos, devido à condenação prévia em Nova Iorque, ao invés de uma pena de 18 anos que poderia ser determinada pela lei da Califórnia, na ausência de factores que agravassem a pena.

A defesa de Weinstein contrariou a recomendação dos procuradores, justificando a oposição com "a idade avançada" do acusado e a "deterioração da sua saúde", disse o advogado de defesa Mark Werksman num e-mail enviado à Reuters.

Apenas uma das quatro mulheres que acusavam o produtor acabaram por ver o júri aceitar as suas alegações: o júri absolveu Weinstein de acusações relacionadas com uma segunda alegada vítima e não chegou a um veredicto unânime sobre as acusações de outras duas. Uma destas é a actriz e documentarista Jennifer Siebel Newsom — a única que foi identificada, por vontade da própria —, agora mulher do Governador da Califórnia, Gavin Newsom.

A defesa argumentava que as mulheres tiveram sexo com Weinstein de livre vontade, acreditando que o produtor iria ajudá-las a progredir nas carreiras, parte do que disseram ser uma cultura de casting couch generalizada na indústria cinematográfica. Em dois dos casos, disseram que o alegado contacto sexual foi forjado.

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