FC Porto esteve perto do empate, mas Lukaku decidiu noite de Milão

Expulsão de Otávio, a 12 minutos dos 90’, precipitou a derrota portista no Giuseppe Meazza.

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Pepê e Calhanoglu em duelo aéreo Reuters/DANIELE MASCOLO

Um golo de Lukaku, mesmo ao cair do pano, decidiu a primeira mão dos oitavos da Liga dos Campeões a favor do Inter de Milão (1-0) numa noite em que o FC Porto esteve na iminência de conseguir mais um desfecho positivo em Itália.

O duelo entre milaneses e portistas foi intenso e só pendeu para o lado da equipa de Inzaghi depois da expulsão de Otávio (78'), o que obriga os "dragões" a vencer no Porto.

O FC Porto recuperava um trio fundamental para o primeiro embate dos oitavos-de-final, com Sérgio Conceição a dispor novamente de Otávio, Uribe e Galeno, deixando apenas Evanilson como reserva. Facto que terá contribuído para o treinador portista promover uma ligeira adaptação táctica na linha ofensiva: com Pepê, Otávio e Galeno no apoio a Taremi... Dispositivo que tanto funcionava com o iraniano a solo, como com uma dupla formada com um dos alas, preferencialmente Galeno, a explorar um eventual desequilíbrio dos três centrais italianos.

O Inter era fiel ao desenho habitual de cinco homens na linha média, com Dzeko e Lautaro Martínez na frente, mas demorava a encontrar a válvula certa para escapar à pressão inicial da formação portista.

Mas a competência dos “dragões” na arte de reduzir os espaços não tinha correspondência no momento de conservar a posse e gerar lances de ataque, o que acabaria por oferecer a saída ideal para os “nerazzurri”. Valeu, na circunstância, a desinspiração de Lautaro Martínez, que desperdiçou um par de ocasiões para desfazer o nulo.

O FC Porto mantinha a calma, sobretudo em lances de bola parada como um canto de Calhanoglu que só os reflexos de Diogo Costa impediram de transformar em golo.

Confusão com Otávio

O jogo caminhava rapidamente para a primeira meia hora e Grujic, que alinhou ao lado de Uribe, deixava o cartão-de-visita num remate que sobrevoou a baliza de Onana. Estava dado o aviso, com o sérvio a arriscar uma subida à área do Inter para protagonizar o lance de maior perigo, num remate devolvido por instinto pelo joelho de Onana para a cabeça de Galeno. O brasileiro ainda tentou desviar para a baliza, mas faltaram reflexos.

O equilíbrio parecia de novo restabelecido, levando o Inter a procurar vantagem junto do árbitro, reclamando um penálti de Galeno sobre Darmian. Consultado o VAR e revisto o lance, nada a assinalar. Apenas a confusão que se instalou logo a seguir, com Otávio a não devolver a bola aos italianos, que terminaram a primeira parte com os nervos em franja, sobretudo depois de Diogo Costa ter negado o golo a Bastoni em mais uma bola parada.

O nulo prevalecia e nem a entrada atrevida do FC Porto na segunda parte parecia capaz de fazer pender o duelo para um dos lados. Sérgio Conceição perdia Galeno, que se ressentiu da lesão, e lançava Evanilson.

Mas, primeiro, coube a Barella a honra de tirar as medidas à baliza “azul e branca”, numa missão falhada por escassos centímetros. O calafrio ajudou no tocar a reunir portista, que em duas investidas revelava capacidade para ferir o Inter de morte. Taremi tentou marcar na passada sem conseguir surpreender Onana, que no minuto seguinte viu Zaidu falhar um golo cantado, que nem o refrão de Taremi ajudou a afinar as gargantas dos cinco mil portistas presentes no Giuseppe Meazza.

Simone Inzaghi era instado a mexer na equipa, o que fez com a troca de Dzeko por Lukaku e de Dimarco por Gosens. Mas, se as alterações tiveram algum impacto na resposta ao crescimento portista, levando o Inter a assumir as rédeas e a forçar os portugueses a refrearem um pouco os ânimos, na prática as investidas “nerazzurras” ficavam-se pelo plano das intenções.

Para incredulidade de Sérgio Conceição, Otávio recebia ordem de expulsão por acumulação de amarelos e o FC Porto perdia as ilusões quanto a um possível triunfo em Milão, vendo-se forçado a cumprir uma missão de sacrifício nos instantes finais para garantir um resultado positivo, com boas perspectivas de apuramento para os quartos-de-final.

Plano gorado pelo golo de Lukaku aos 86 minutos, na recarga do belga e um primeiro cabeceamento ao poste, que resultou num momento fatal para as aspirações do FC Porto, que dia 14 de Março terá de dar a volta à eliminatória.

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