Ciclone Freddy atingiu Madagáscar e matou quatro pessoas. Segue para África

Tempestade atingiu a nação insular africana na noite desta terça-feira, com rajadas de até 180 quilómetros por hora. Número de desalojados já supera os 11 mil.

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A animação mostra a altura das ondas do mar (numa gradação crescente de cor que vai das mais baixas a azul mais claro até às mais altas a vermelho escuro) produzidas a partir do ciclone Freddy no caminho através do oceano Índico, como previsto para 17 a 24 de Fevereiro de 2023 num vídeo de divulgação recebido em 21 de Fevereiro de 2023 Reuters/ Copérnico

O ciclone Freddy, que atingiu o Madagáscar na noite desta terça-feira, já vitimou quatro pessoas nesta nação insular, disseram as autoridades esta quarta-feira. Depois de atravessar o Madagáscar, a tempestade tropical deverá atingir a costa moçambicana e também o Zimbabwe.

O Freddy atingiu o sudeste de Madagáscar na noite desta terça-feira, com rajadas de até 180 quilómetros por hora. O ciclone “deixou 16,660 pessoas desalojadas e danificou quase cinco mil casas no país, de acordo com a última avaliação provisória do Gabinete Nacional de Gestão de Riscos de Catástrofes de Madagáscar (BNGRC)”​, escreve a agência de notícias Associated Press (AP).

Esta tempestade tropical trouxe menos chuva do que se temia, mas, mesmo assim, causou danos consideráveis — apenas cerca de um mês depois de, também em Madagáscar, o ciclone Cheneso ter provocado 33 vítimas e forçado milhares de pessoas a deixarem as suas casas.

O Freddy também afectou significativamente uma cidade que ainda estava a recuperar da destruição provocada pelo ciclone Batsirai, que no início do ano passado causou mais de uma centena de mortos. Essa cidade é Mananjary, lar costeiro de cerca de 25 mil habitantes.

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As Nações Unidas dizem que a tempestade pode vir a afectar mais de 3,3 milhões de pessoas Laura Edwards/REUTERS

Pascal Salle, um morador local, chorou enquanto fazia à agência France-Presse (AFP) um relato dos danos. “Não pensei que houvesse um ciclone mais poderoso do que o Batsirai”, assinalou, salientando que as rajadas fortes arrancaram uma das janelas da sua casa e referindo ainda que o seu tanque de plástico, capaz de guardar até 1000 litros de água, “foi esmagado contra a parede do vizinho”.

“Não consigo lidar com isto todos os anos, não é possível”, disse.

“Este é um ciclone seco em comparação com o Batsirai, portanto trouxe menos chuvas, mas os ventos foram mais fortes, daí as infra-estruturas terem sido gravemente afectadas”, contou à AFP Faly Aritiana Fabien, responsável pelos trabalhos de gestão de riscos​ do BNGRC.

O The Washington Post explica que o Freddy já se tinha formado no início do mês (5 de Fevereiro), a noroeste da Austrália.​ O jornal americano lembra ainda que, a meio da semana passada, o ciclone tornou-se a primeira tempestade de categoria 5 de 2023, com ventos na ordem das 165 milhas por hora (265,5 quilómetros por hora). As rajadas perderiam, entretanto, alguma desta força.

Depois de atravessar Madagáscar, o Freddy deverá, até esta sexta-feira, atingir Moçambique — que, face à aproximação do ciclone, já decretou alerta vermelho. Depois, o ciclone poderá seguir para o Zimbabwe e a África do Sul, onde deverá haver chuva intensa ao longo do fim-de-semana, escreve a AFP.

O Gabinete para a Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU (OCHA), citando uma avaliação do Programa Alimentar Mundial,​ avisa que a tempestade pode vir a afectar mais de 3,3 milhões de pessoas.

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