Irão diz que prendeu autores de ataque a base militar em Isfahan

Autoridades iranianas culpam “mercenários” israelitas pelo ataque, que teria, segundo relatos americanos, atingido uma fábrica de drones.

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O suposto momento da explosão na fábrica de drones em Isfahan WANA (West Asia News Agency)/REUTERS

As forças de segurança iranianas disseram que prenderam os “principais perpetradores” de um ataque com um drone a instalações militares na cidade de Isfahan, em que “mercenários” israelitas estiveram envolvidos, segundo noticiaram media estatais iranianos esta sexta-feira.

O Irão culpou Israel pelo ataque de dia 29 de Janeiro, prometendo vingar-se pelo que parecia ser o mais recente episódio numa longa guerra encapotada entre os dois países.

O ataque aconteceu numa altura em que a tensão entre o Irão e o Ocidente aumentou por causa da actividade nuclear do Irão e da cada vez menos probabilidade de haver um acordo sobre o seu programa atómico, pelo seu fornecimento de armas à Rússia para a sua guerra na Ucrânia, incluindo os “drones kamikaze” de longo alcance, e ainda pela repressão aos protestos contra o regime que duram há meses.

“Os principais autores da tentativa falhada de sabotagem de um centro industrial do Ministério da Defesa em Isfahan foram identificados e detidos”, disse a agência noticiosa estatal IRNA. “Foi provado o envolvimento de mercenários do regime sionista [Israel] nessa acção.”

Israel, o arqui-inimigo do Irão, tem dito que está disposto a atacar alvos iranianos se a diplomacia não conseguir conter os programas nuclear e de mísseis do Irão, mas não comenta acções específicas. Fontes americanas comentaram o ataque dizendo que fora levado a cabo por Israel, e que o alvo era uma fábrica de drones.

“Devido aos interrogatórios dos acusados sob custódia, que estão ainda em curso, a informação apropriada será publicada na altura própria”, dizia uma declaração das agências de segurança iranianas.

O Irão acusou Israel já várias vezes de planear ataques usando agentes dentro de território iraniano. Em Julho, Teerão disse que tinha prendido uma equipa de sabotagem de militantes curdos a trabalhar para Israel que planeavam uma explosão num centro de defesa em Isfahan.

Vários locais nucleares estão localizados na província de Isfahan, incluindo Natanz, a principal central de enriquecimento de urânio, que o Irão acusa Israel de ter sabotado em 2020. Tem havido uma série de explosões e incêndios em volta de locais ligados ao Exército, ao programa nuclear e à indústria militar iraniana nos últimos anos.

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