Crónica
Memórias de António Reis: um homem apaixonado pela beleza das coisas e dos sentidos
Sempre que filmo, enquadro um plano ou faço uma escolha cromática, parece que o tenho no ouvido atrás de mim a aconselhar-me e penso sempre no que ele me diria ou pensaria.
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António Reis (1927-1991), cineasta e professor, foi a figura que mais influenciou o meu percurso profissional e artístico. Está presente em mim de forma por vezes quase inconsciente e subliminar: na tentativa de rigor do enquadramento, no equilíbrio cromático; na busca de sentido, de poesia e da ética do plano e da liberdade da narrativa; na essência dos materiais e das matérias — uma sombra, uma árvore, uma pedra ou um tecido.
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