Directora do Museu do Aljube, Rita Rato, reconduzida até 2026

Responsável defende que números de visitantes do Museu do Aljube - Resistência e Liberdade em 2022 foram “os melhores de sempre”.

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Rita Rato, directora do Museu do Aljube - Resistência e Liberdade NUNO FERREIRA SANTOS

A directora do Museu do Aljube - Resistência e Liberdade, Rita Rato, foi reconduzida no cargo por mais três anos pelo conselho de administração da Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultual (EGEAC), confirmou esta quarta-feira a responsável.

Contactada pela agência Lusa sobre o fim do seu mandato, no final de 2022, como directora daquele museu de Lisboa, Rita Rato indicou que a comissão de serviço foi prolongada por três anos, até Janeiro de 2026, pela nova administração da EGEAC, que gere espaços culturais em Lisboa. "Estou muito entusiasmada", comentou Rita Rato, sobre a renovação no cargo, comentando que os números de visitantes foram, em 2022, "os melhores de sempre no Museu do Aljube", criado em 2015, e que pretende trabalhar "para que 2023 seja ainda melhor".

A ex-deputada da PCP, 39 anos, natural de Estremoz, tinha concorrido ao lugar e foi seleccionada para iniciar funções em Agosto de 2020, uma escolha que foi na altura alvo de contestação, num mandato de dois anos, que foi depois prolongado até ao final de 2022.

Em 2021, a meio do primeiro mandato, numa entrevista à Lusa, Rita Rato considerava que "é sempre possível fazer mais e melhor": "Estou muito contente com o resultado [de um ano de trabalho], mas isso não me descansa, dá-me mais energia para continuar".

"Dediquei-me ao projecto que apresentei, numa perspectiva do que este museu pode projectar ao nível da educação para os direitos humanos, da memória histórica, da formação de novos públicos. Mas não tinha expectativa [de ser a escolhida]. Mas ainda bem que o fiz", realçava, passado um ano de trabalho no Aljube, onde estiveram cativos, entre milhares de resistentes ao regime, Álvaro Cunhal, Jaime Serra, Miguel Torga, Fernando Lopes Graça, Manoel de Oliveira, Agostinho Neto, Palma Inácio ou Emídio Guerreiro.

O Aljube funcionou como prisão durante 37 anos - entre 1928 e 1965 - com celas colectivas e de isolamento, que ainda hoje se podem ver, no interior, como memória.

O museu foi instalado em 2015 naquela antiga prisão, para promover a memória do combate à ditadura e à resistência em prol da liberdade e da democracia, e recordar toda a história desse período sombrio vivido por Portugal numa exposição de longa duração que descreve o fascismo, a resistência, a vida na cadeia, a luta anticolonial e a Revolução do 25 de Abril, ao longo de três pisos do edifício.

Possui um centro de documentação, onde disponibiliza literatura especializada, desenvolve actividades de investigação, trata e partilha um arquivo documental e promove a recolha testemunhal dos resistentes à ditadura.

A EGEAC elegeu um novo conselho de administração em Agosto de 2022, passando a ser presidida pelo gestor cultural Pedro Moreira, com os vogais Susana Graça e Manuel Falcão.

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