Professores: Bloco desafia Costa a descongelar carreiras e pagar deslocações

A coordenadora do Bloco pede que o Governo dê “um passo de boa-fé” em relação aos professores e alerta para perigo de “impasse impossível”.

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Professores estão em greve em Viseu LUSA/PEDRO SARMENTO COSTA

Em plenas jornadas parlamentares, o Bloco de Esquerda (BE) deslocou-se até Viseu para se juntar à greve dos professores. Numa manifestação participada convocada pela FENPROF, Catarina Martins desafiou Costa a dar um "sinal" aos professores, acabando com as quotas no acesso ao quinto e ao sétimo escalões e pagando as despesas aos docentes deslocados esta sexta-feira na Assembleia da República.

Lembrando que os docentes continuam com a "carreira bloqueada", os "salários congelados" e a pagar "do próprio bolso as deslocações", a líder dos bloquistas defendeu que "o Governo tem no imediato de tomar medidas que tornem a vida dos professores possível".

E deu sugestões para o PS "agir já": aprovar o projecto de lei proposto pelo BE de alteração ao estatuto dos professores e educadores que vai ser votado esta sexta-feira no Parlamento e que visa "acabar com o bloqueio no acesso ao quinto e sétimo escalão", isto é, "o critério da obtenção de vaga para progressão" destes escalões e "pagar as despesas a professores deslocados" com transportes e habitação através de uma compensação pecuniária.

Embora reconhecendo que "não é só isto que é preciso resolver" na educação, a bloquista frisou que seria um "sinal" dado aos professores de que "são respeitados e ouvidos". "O Governo tem de começar a dar um sinal rapidamente de que respeita os professores e sabe que a escola pública é importante e até agora o que vimos é o Governo a não fazer nada,", disse, frisando que "as condições das escolas e as condições de negociação eram outras" se a proposta do BE fosse aprovada.

Catarina Martins salientou ainda que os estudantes não estão sem aulas por causa da greve, mas sim por causa da falta de professores. "O Governo pode fazer de conta que o problema é a greve. Não é, o problema é ter-se desvalorizado de tal forma esta carreira e a escola pública que falta tudo nas escolas", diz, pedindo ao executivo um "passo de boa-fé" sob pena de termos "um impasse impossível".

Trabalhadores de fábrica de calçado em risco de despedimento

Durante a manhã, os deputados do Bloco estiveram com os trabalhadores da Siaco em São João da Madeira, que na segunda-feira encontraram esta fábrica de solas de sapatos de portas fechadas sem terem recebido uma carta de despedimento. Esta terça-feira, os empregados prometeram passar o dia em frente à fábrica à espera que se constitua um administrador de insolvência.

Catarina Martins alertou que os trabalhadores nesta situação não têm sequer direito a pedir o subsídio de desemprego e que recebem apenas o ordenado mínimo, "num momento em que os preços estão tão altos e as prestações das casas estão a subir". "Este desrespeito por quem trabalha é absolutamente inaceitável e dos piores problemas que o nosso país tem. Não nos iludamos", afirmou.

Além de pedir que a Segurança Social "aja depressa", nomeadamente, através dos fundos de apoio social, e se responsabilizem os administradores da empresa, o BE enviou uma pergunta ao executivo a questionar se está a par da situação e que medidas pretende tomar para garantir que "os trabalhadores têm acesso ao subsídio de desemprego ainda no mês de Fevereiro".

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