Google anuncia o Bard, o “concorrente” do ChatGPT

O Bard pode ajudar a planear festas e comparar livros e filmes em segundos. A ferramenta depende de um modelo capaz de prever a sequência de palavras mais provável com base em enormes bases de dados.

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O sistema foi apresentado nesta segunda-feira por Sundar Pichai Stephen Lam

A Google vai ter o seu próprio chatbot para responder a perguntas de diversas áreas como um ser humano. A ferramenta, apresentada nesta segunda-feira, chama-se Bard e lembra o ChatGPT do laboratório de inteligência artificial OpenAI que ganhou fama por ser capaz de resumir temas complexos, escrever poemas e até programar. O Bard deve simplificar a forma como as pessoas encontram informação na Internet, tornando-se um sistema útil para planear festas, aprender coisas novas ou comparar livros e filmes em segundos.

O novo sistema da Google baseia-se no LaMDA, um conjunto de modelos linguísticos criado pela tecnológica para prever a sequência de palavras mais provável num diálogo com base em extensas bases de dados e técnicas de probabilidade, estatística e inteligência artificial. Deve ser lançado ao público em geral nas próximas semanas.

“[Vamos] disponibilizar [o Bard] a testadores confiáveis antes de o tornar amplamente disponível ao público nas próximas semanas”, explicou o presidente executivo da Google, Sundar Pichai, num comunicado sobre os próximos passos da Google no campo da inteligência artificial. “O Bard procura combinar a amplitude do conhecimento mundial com o poder, a inteligência e a criatividade dos nossos grandes modelos de linguagem.”

A empresa também vê o Bard a ajudar as crianças a navegar online ao apresentar respostas de uma forma conversacional, como um professor a explicar algo a um aluno. “O Bard pode ser uma ferramenta para a criatividade e para despertar a curiosidade, ajudando a explicar as novas descobertas do Telescópio Espacial James Webb da NASA a uma criança de nove anos”, sugere o presidente da Google.

Inicialmente, o Bard só vai ser disponibilizado a um número reduzido de utilizadores, para garantir que está pronto para ser lançado ao público em geral. “Iremos combinar as reacções e comentários externos com os nossos próprios testes internos para garantir que as respostas do Bard respeitam os elevados padrões de qualidade, segurança e fundamentação em informações do mundo real”, justificou Sundar Pichai.

A Google também quer incorporar modelos linguísticos no seu motor de busca, para que os resultados incluam um resumo de informações complexas e várias perspectivas num formato fácil de assimilar. “A inteligência artificial pode aprofundar a nossa compreensão da informação e transformá-la em conhecimento útil de forma mais eficiente”, salienta o presidente da Google.

A apresentação do Bard mostra a intensificação da aposta em inteligência artificial da Google. Desde que a OpenAI lançou o chatbot ChatGPT, no final de Novembro, que se desencadeou uma corrida para mais empresas desenvolverem a tecnologia.​ No final de Janeiro, a gigante tecnológica já tinha lançado o MusicLM, um programa capaz de compor pequenas melodias a partir dos pedidos de utilizadores (por exemplo, “a banda sonora de um jogo de computador, com ritmo rápido e optimista”). Recentemente, a Google também anunciou uma parceria com a Anthropic, uma start-up rival da OpenAI.

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