CGTP acompanha luta dos professores mas não comenta pedido do Stop

O coordenador do Sindicato de Todos os Profissionais da Educação disse que enviou um pedido às duas centrais sindicais para marcarem, o quanto antes, de preferência ainda este mês, uma greve geral.

Foto
Manifestação, de 28 de Janeiro, de professores e outros profissionais de educação convocada pelo Stop Rui Gaudencio

A CGTP assegurou esta segunda-feira acompanhar a luta dos professores e de todos os profissionais cujas condições de trabalho foram degradadas, mas escusou-se a comentar o pedido do Stop, remetendo os protestos para o dia de indignação, agendado para quinta-feira.

“Eu não vou responder a isso. A CGTP tem a sua acção e actividade. Organiza a luta dos trabalhadores e tem vindo a desenvolver a sua intensíssima luta, desde sempre, e também no último ano, com a brutal degradação das condições de vida e de trabalho, a que estamos a assistir neste país, fruto de problemas estruturais e de opções dos sucessivos governos, como baixos salários, precariedade, horários longos e desinvestimento nos serviços públicos”, afirmou a secretária-geral da CGTP, Isabel Camarinha, em declarações à Lusa.

O coordenador do Sindicato de Todos os Profissionais da Educação (Stop) disse, este domingo, que enviou um pedido às duas centrais sindicais para marcarem, o quanto antes, de preferência ainda este mês, uma greve geral.

“A CGTP [Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses] condenou, e bem, este atentado ao direito à greve e nós apelámos, também à UGT [União Geral de Trabalhadores] para marcarem uma greve geral”, afirmou, na altura, à agência Lusa, André Pestana.

Isabel Camarinha recordou esta segunda-feira que a CGTP convocou um dia de indignação e protesto para esta quinta-feira, tendo por objectivo mobilizar todos os trabalhadores, cujas condições se têm vindo a degradar, onde se incluem, conforme notou, os professores e os restantes profissionais do sector da educação.

A secretária-geral da CGTP vincou que a escola pública é um “bom exemplo” do desinvestimento nos serviços da administração pública, à semelhança do que acontece com o Serviço Nacional de Saúde (SNS).

“Foi neste contexto que decidimos convocar para o dia 9 de Fevereiro um dia nacional de indignação, protesto e luta. É nisto que estamos empenhados […]. Este dia quer agregar o descontentamento que existe em todos os sectores de actividade, mas também nas diversas camadas da população, como reformados e pensionistas”, referiu.

Neste sentido, Isabel Camarinha defendeu que “todos os que se identifiquem com os objectivos” que a CGTP definiu para este dia de luta “têm uma boa oportunidade para juntar o seu protesto, indignação e exigência de resposta aos problemas”.

Trabalhadores abrangidos por pré-aviso de greve "poderão participar"

A líder da intersindical perspectivou uma grande adesão dos trabalhadores a este dia de protesto pela subida dos salários, contra o aumento do custo de vida e pelo controlo de preços, justificando ter indicadores que apontam para “um enorme número de trabalhadores em greve, acções de paralisação, concentrações, plenários”.

Instada a responder se todos os trabalhadores, em particular os professores, que se identifiquem com estas reivindicações podem demonstrar o seu descontentamento nas acções previstas para quinta-feira, Isabel Camarinha vincou que os professores, “nomeadamente os que estão organizados nos sindicados da CGTP, da Fenprof [Federação Nacional dos Professores], têm estado a desenvolver uma intensíssima luta”, onde se incluem greves de 24 horas em todos os distritos, que juntam “centenas ou milhares” de pessoas, bem como manifestações.

“Naturalmente que, no dia 9 de Fevereiro, todos os trabalhadores que estejam abrangidos por pré-avisos de greve poderão participar nas acções que vamos realizar e nas greves em si”, concluiu.

Na quinta-feira, no âmbito da jornada de luta, agendada pela CGTP, vão decorrer concentrações e plenários em Faro, Aveiro, Beja, Braga, Castelo Branco, Coimbra, Évora, Guarda, Leiria, Lisboa, Funchal (Madeira), norte alentejano, Porto, Santarém, Vila Real, Viseu e Setúbal.

Já esta segunda-feira a Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública mostrou-se solidária com a marcação deste dia de luta, reconhecendo a “justeza das reivindicações que se colocam”.

Em comunicado, a Frente Comum apelou aos seus sindicatos para que se envolvam, participem e mobilizem os seus associados para as acções que vão decorrer.

A Lusa também contactou a UGT sobre o pedido do Stop, mas não obteve resposta.

Sugerir correcção
Comentar