Controlos parentais: como proteger os mais novos na Internet?

O PÚBLICO compilou uma lista de ferramentas e guias online para ajudar pais e educadores a proteger crianças e jovens quando usam a Internet.

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Há várias ferramentas para gerir o tempo que os mais novos passam na Internet PAULO PIMENTA

A Internet faz parte do dia-a-dia de milhões de crianças e adolescentes que entram no mundo online para aprender, brincar e falar com os amigos. Sem supervisão, o mundo digital pode expor os mais novos a conteúdos que não são adequados à idade, como imagens violentas, conteúdo sexual e discurso de ódio. Mas há várias ferramentas para impedir isto.

A propósito do Dia da Internet Mais Segura, que se celebra no próximo dia 7 de Fevereiro, o PÚBLICO compilou um conjunto de serviços (gratuitos e pagos) e ferramentas disponíveis em português para ajudar pais e educadores a gerir aquilo que os mais novos vêem online.

Plataformas de controlo

O Qustodio é uma ferramenta que permite gerir os dispositivos Android e iOS. A versão paga permite controlar entre cinco e 15 aparelhos em simultâneo (a partir de 43 euros por ano); a versão gratuita apenas um dispositivo. Além de permitir o bloqueio de determinados sites, guarda os números de telefone com que o menor troca chamadas e mensagens.

O sistema envia relatórios (diários, semanais ou mensais) das actividades dos mais novos online e permite localizar os respectivos aparelhos.

Outra opção é a Norton Family, da empresa de cibersegurança Norton. Por cerca de 40 euros por ano, é possível saber os sites e vídeos a que os mais novos acedem nos seus dispositivos (sejam iOS, Android ou Windows), bloquear o acesso a determinados conteúdos, e definir um “horário de estudo” em que determinados temas podem ser pesquisados na Internet para trabalhos escolares (por exemplo, drogas). Se os jovens discordarem de alguma restrição ou precisarem de aceder a algum site bloqueado, podem enviar um pedido aos pais.

Tal como o Qustodio, é possível bloquear aparelhos à distância e aceder à localização do dispositivo. Não há limite de equipamentos.

Controlos da Apple e da Google

Tanto a Google como a Apple, donas do sistemas operativos Android e iOS, respectivamente, têm várias ferramentas gratuitas para ajudar os pais a controlar o tempo que os jovens passam online e aquilo que fazem com o telemóvel ou tablet.

A Google disponibiliza a app Family Link para ajudar adultos a definir o tempo que as crianças passam nos seus dispositivos electrónicos e aquilo a que podem aceder. Com o sistema, os pais podem definir limites de tempo para diferentes apps (por exemplo, 30 minutos diários para o Instagram), uma hora de bloqueio do aparelho e a possibilidade de ver a localização dos mais novos.

Em vez do YouTube, a Google sugere que os menores de 12 anos usem o YouTube Kids, uma versão especial do serviço de vídeo que apenas inclui conteúdo infantil, e não permite publicidade a doces, nem comentários nos vídeos.

Nos dispositivos da Apple, é possível definir o tempo que o menor pode passar online. Para tal, basta aceder às Definições do dispositivo > escolher Tempo de ecrã e seleccionar “Este [dispositivo] é para uma criança”. Para activar a selecção, o adulto tem de comprovar a sua identidade através das credenciais do Apple ID.

A versão mais recente do sistema operativo (iOS 16, lançado em Setembro) também permite definir restrições etárias para conteúdos de apps, livros, programas de TV e filmes.

Sites e linhas de apoio

Em Portugal, o Consórcio Internet Segura disponibiliza um site com várias dicas e tutoriais para pais e crianças, bem como uma linha de apoio. A Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) é a entidade que coordena a Linha Internet Segura, onde é possível obter respostas para uma utilização mais segura da Internet e tecnologias associadas, bem como denunciar conteúdos ilegais online. Pode-se contactar pelo telefone 800 21 90 90 ou o e-mail linhainternetsegura@apav.pt.

A Faculdade de Ciências Sociais e Humanas (FCSH) da Universidade Nova de Lisboa lançou recentemente uma plataforma digital para partilhar recursos sobre o ambiente digital com pais e educadores. O novo site CriA.On — criaon.fcsh.unl.pt — inclui vários vídeos e actividades para os mais novos aprenderem a usar a Internet: por exemplo, criar palavras-passe seguras.

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