Lucro anual da Shell duplica e atinge máximo de 14 anos

Grupo petrolífero britânico encerrou o ano de 2022 com resultados líquidos de 45 mil milhões de euros.

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Reuters/DADO RUVIC

O grupo Shell consolidou resultados líquidos de 39,8 mil milhões de dólares em 2022, cerca de 45 mil milhões de euros ao câmbio actual. O lucro agora conhecido é o dobro do registado em 2021, e demonstra que os ganhos obtidos pela multinacional num ano em que a guerra na Ucrânia elevou o preço do petróleo acima dos 130 dólares por barril superaram largamente os custos que a companhia teve com a alienação de activos com a saída da Rússia.

Os resultados líquidos de 2022 são, também, os mais elevados desde 2008, contabiliza a Reuters.

Um outro recorde foi igualmente atingido nos resultados relativos ao quarto trimestre do ano passado. Entre Outubro e Dezembro, o lucro consolidado pela Shell foi de 9,8 mil milhões de dólares, mas, desta feita, foi sobretudo o negócio de gás natural liquefeito (GNL) que impulsionou o desempenho do último trimestre de 2022. No ano inteiro, esta área de negócio da multinacional obteve lucros de seis mil milhões de dólares.

Os resultados dizem respeito ao período de liderança executiva de Ben van Beurden, que estava à frente da companhia desde 2014 e que deixou o cargo precisamente no final de 2022, sendo substituído por Wael Sauan, que comandava já os negócios da área de petróleo e gás.

As receitas de 2022 também permitiram à petrolífera reduzir a dívida para 44,8 mil milhões de dólares (41 mil milhões de euros) no final do ano passado, valor que compara com 52,6 mil milhões de euros (48 mil milhões de euros) no mesmo período de 2021.

Os accionistas da companhia (essencialmente grandes fundos e gestoras de activos internacionais) vão continuar a ser remunerados de acordo com este desempenho: a CNBC destaca o facto de a gigante petrolífera ter anunciado mais um programa de recompra de acções na ordem dos quatro mil milhões de dólares (cerca de 3,6 mil milhões de euros), que deverá ficar completo no primeiro trimestre deste ano.

Até Fevereiro, a petrolífera já pagou aos accionistas cerca de 19 mil milhões de dólares (17 mil milhões de euros) pelas suas acções. A empresa presidida agora por Wael Sauan também confirmou um aumento de 15% do dividendo relativo ao quarto trimestre. Trata-se da quinta subida consecutiva desde o corte de 60%, em 2020, ano em que a pandemia fez cair preços e cortou os lucros do sector do petróleo e gás, levando a uma vaga de despedimentos.

No caso da Shell, a resposta de van Beurden foi o anúncio da eliminação de sete mil a nove mil postos de trabalho até 2022.

As acções da companhia de energia abriram a negociação em Londres a valorizar 1,3%, mas valem entretanto mais 2,13% face ao fecho de véspera, ou seja, na ordem das 2414 libras (cerca de 2728 euros).

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