Inflação na zona euro abranda para 8,5% em Janeiro

Portugal está entre os países da zona euro onde se registou uma queda mensal mais acentuada. Ainda assim, em termos anuais, os preços continuam a aumentar a ritmo acelerado.

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A energia foi a componente onde se registou maior desaceleração da subida de preços EPA/HANNIBAL HANSCHKE

O aumento dos preços na zona euro voltou a abrandar no arranque deste ano, pelo terceiro mês consecutivo, e a taxa de inflação deverá ter caído para 8,5% em Janeiro. A estimativa é do Eurostat, que dá conta de que a energia foi a componente onde a desaceleração dos preços foi mais acentuada.

De acordo com os dados divulgados pelo Eurostat nesta quarta-feira, ainda provisórios, a taxa de variação homóloga do Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (indicador que permite fazer a comparação da evolução de preços entre os vários países europeus) da zona euro terá sido de 8,5% em Janeiro, valor que, a confirmar-se, representa uma diminuição de 0,7 pontos percentuais face à taxa de 9,2% que tinha sido registada em Dezembro.

Este é, também, o terceiro mês consecutivo em que se regista uma diminuição da taxa de inflação, depois de, em Outubro do ano passado, este indicador ter alcançado um máximo histórico de 10,6%, a taxa mais elevada que se regista desde o início desta série estatística, que recua até 1997.

Já em termos mensais, a taxa de inflação na zona euro caiu 0,4%, naquela que é também a terceira queda consecutiva deste indicador.

A contribuir para a desaceleração do aumento dos preços na zona euro, mostram ainda os dados do Eurostat, esteve, sobretudo, o sector energético, que, apesar de se manter como aquele onde se regista a taxa de inflação mais elevada, é também aquele onde o abrandamento dos preços é mais evidente.

Em Janeiro, a taxa de inflação homóloga da energia foi de 17,2%, uma redução de 8,3 pontos percentuais em relação à taxa de 25,5% que tinha sido registada em Dezembro e uma queda superior a 24 pontos percentuais face ao pico de 41,5% alcançado em Outubro do ano passado. Já em termos mensais, os preços da energia registaram uma queda de 0,9%.

Em sentido contrário, o aumento dos preços continuou a acelerar na maioria das restantes componentes analisadas pelo Eurostat. O maior aumento verificou-se na componente de alimentos processados, álcool e tabaco, onde a taxa de inflação homóloga se fixou em 14,9% em Janeiro, acima dos 14,3% registados em Dezembro.

Portugal com uma das maiores quedas mensais

O relatório agora publicado pelo Eurostat mostra também que, apesar da desaceleração, a taxa de inflação mantém-se em níveis historicamente elevados nos países analisados. Ainda assim, já se registam quedas mensais em vários deles e Portugal está entre aqueles onde essa queda foi mais acentuada em Janeiro.

Entre os países da zona euro, a Letónia apresenta o crescimento de preços mais elevado, com a taxa de inflação homóloga a fixar-se em 21,6% em Janeiro, seguindo-se a Estónia e a Lituânia, ambas com taxas superiores a 18% no mês em análise.

No espectro oposto, Espanha e Luxemburgo apresentam o crescimento menos acelerado, com taxas de inflação homólogas de 5,8%, em ambos os casos, em Janeiro. Portugal está entre os países com crescimentos menos acentuados, com uma taxa de inflação homóloga de 8,6% (em termos harmonizados).

Já em termos mensais, a taxa de inflação registou quedas em dez dos países da zona euro, com a maior redução, de 1,9%, a registar-se nos Países Baixos, seguindo-se a Bélgica, com uma queda de 1,6%. Portugal tem a quinta maior redução mensal de preços, a par da Irlanda, com uma queda de 0,8%.

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