Adolescente desaparecida há oito meses resgatada pela Polícia Judiciária

A menor estava na casa do suspeito, em Évora, onde seria mantida “em completo isolamento”, segundo a Polícia Judiciária.

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A PJ do Centro e de Évora colaboraram na resolução deste caso Daniel Rocha

A Polícia Judiciária (PJ) deteve um empregado fabril de 48 anos, suspeito de ter raptado uma menor, na região de Leiria, em Maio de 2022. A jovem foi localizada na casa do suspeito, em Évora, e entregue à família.

O homem foi detido após um mandado de detenção emitido pelo Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Leiria, é suspeito de rapto e vai ser agora presente a tribunal.

Segundo o comunicado da PJ, a jovem, que tinha sido dada como desaparecida pela família no final de Maio do ano passado, estava na residência do suspeito, em Évora, onde, “a coberto de uma suposta relação amorosa”, foi mantida pelo empregado fabril “em completo isolamento social durante oito meses, aproveitando-se da sua persistente e recorrente dependência de jogo online, imaturidade e personalidade frágil”.

A jovem agora resgatada desapareceu a 30 de Maio do ano passado, da localidade de Cruz da Areia, em Leiria, onde residia com os pais. Com 16 anos (neste momento já tem 17), a rapariga saiu de casa e parou no supermercado onde a mãe trabalhava para recolher o lanche que, supostamente, levaria para a escola. Só que a menina já não chegou ao estabelecimento de ensino e, até agora, essa tinha sido a última vez que fora vista pela família.

Em entrevista a um programa da SIC, dois meses após o desaparecimento, a mãe da menina dizia acreditar que a filha tinha fugido, já que levou uma série de pertences com ela, e que poderia ter sido aliciada por alguém com quem teria tido contacto através dos jogos online que lhe ocupavam grande parte do tempo.

Em conferência de imprensa, esta tarde, o director da PJ do Centro, Jorge Leitão, disse que a investigação não está encerrada e que foi “complexa”, até se encontrar a linha de investigação certa que permitiu descobrir a adolescente. “Ela terá levado muito poucos elementos, roupa, consola, tablet, telemóvel, e a partir do seu desaparecimento tudo isto emudeceu, nomeadamente, deixou de haver qualquer comunicação com aquele telemóvel”, precisou o responsável da PJ, a partir de Coimbra, ouvido pela RTP.

Jorge Leitão indicou ainda que não há indícios que a jovem fosse obrigada a ficar fechada na casa onde foi descoberta, embora a informação recolhida durante a investigação indique que “em regra, [ela] não saía de casa, normalmente estava confinada [ali]”.

O homem agora detido, acrescentou ainda, não tem antecedentes criminais e era uma pessoa “devidamente integrada e estruturada”.

A investigação foi desenvolvida pela directoria do Centro da PJ, em colaboração com a Unidade Local de Investigação Criminal da PJ de Évora. A menor foi entregue à família.

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