China diz que pico de covid está a terminar

Actividade industrial recuperou pela primeira vez em quatro meses.

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Regresso a Pequim após o ano novo lunar WU HAO/EPA

A onda de covid-19 na China, que se seguiu ao fim abrupto da política de “zero covid”, está a “chegar ao fim”, disseram responsáveis da saúde do país, afirmando ainda que não há sinais de um novo aumento causado por viagens das férias do ano novo lunar.

Sempre houve dúvidas sobre a fiabilidade dos números dados pelo Governo chinês sobre infecções e mortes de covid, mas os dados disponíveis sobre admissões nos hospitais e nas chamadas clínicas de febre, onde são encaminhados casos de pessoas com febre para evitar idas aos hospitais, mostravam um pico aparente nas infecções no início de Janeiro, diz o diário britânico The Guardian.

Segundo dados das autoridades chinesas, citados pela BBC, as admissões nos hospitais desceram 85% em Janeiro e as de clínicas de febre diminuíram mais de 90%.

A diminuição, dizem muitos especialistas, corresponde ao timing expectável de uma descida de uma grande onda, diz a emissora britânica.

O especialista em doenças infecciosas Hsu Li Yang comentou à BBC que ainda era cedo para afirmar com certeza os efeitos das viagens do ano novo chinês. “Vamos saber em breve se as celebrações do ano novo lunar vão levar a um aumento dos casos na China, mas [se houver um aumento], é pouco provável que este se compare ao que foi visto em Dezembro e no início de Janeiro”.

A actividade industrial, afectada por confinamentos durante o período de política de “covid zero” e depois pela falta de pessoas, que não foram trabalhar por estarem doentes, recuperou pela primeira vez em quatro meses, segundo o Guardian – o primeiro sinal de recuperação económica.

Fora da China, o primeiro-ministro da Coreia do Sul sugeriu esta terça-feira que as restrições de vistos a pessoas provenientes da China poderiam acabar mais cedo do que o previsto se as infecções diminuírem, segundo a agência Reuters.

O Centro Chinês de Controlo e Prevenção de Doenças indicou que apesar da preocupação com a deslocação de centenas de milhões de pessoas no período do ano novo chinês, “não houve uma subida evidente dos casos de covid”, e não foi detectada qualquer nova variante, cita o Guardian.

O número de deslocações no período entre 22 e 27 de Janeiro aumentou em 70% em relação ao mesmo período do ano passado, mas não chegou sequer a metade do número de viagens feitas na mesma altura em 2019, o último ano novo pré-pandemia.

Apesar de ser permitido viajar, as autoridades chinesas apelaram a pessoas com familiares idosos que não tivessem sido ainda infectados para que não os visitassem por causa do risco aumentado.

As mortes por covid-19 nesta onda serão entre cerca de 80 mil, o número oficial baseado nos casos nos hospitais – até mais de um milhão, estimativa de especialistas em saúde global.

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