Bolsonaro pede visto de turista aos EUA

Ex-Presidente do Brasil quer ficar “alguns meses” no país.

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A casa em Orlando onde está hospedado Jair Bolsonaro MARCO BELLO/Reuters

O advogado de Jair Bolsonaro confirmou que o ex-Presidente do Brasil pediu um visto turístico aos Estados Unidos, onde entrou com um visto diplomático dois dias antes do final do seu mandato como Presidente, não voltando ao Brasil para a tomada de posse do Presidente Luís Inácio Lula da Silva, quebrando a tradição de passagem da faixa do Presidente cessante para o sucessor.

"Ele dedicou 34 anos da sua vida ao serviço público e gostaria de tirar uma folga, clarear a cabeça e aproveitar como turista nos Estados Unidos por alguns meses antes de decidir qual será seu próximo passo", afirmou o advogado Felipe Alexandre, citado pela BBC Brasil.

Bolsonaro permanecerá nos EUA (em Orlando, na Florida) enquanto o seu pedido estiver a ser considerado, disse o advogado. O visto de turismo B1/B2 permitiria que permanecesse nos EUA durante seis meses. “Se vai usar ou não os seis meses, será ele a decidir, conforme a estratégia que definirmos”, acrescentou o advogado.

Bolsonaro é visado em várias investigações por acções no período em que ainda era Presidente e já depois, incluindo por negligência do seu governo em relação aos indígenas yanomami e por possível incitamento à violência na Praça dos Três Poderes, em Brasília, a 8 de Janeiro.

Já se sabia que o ex-Presidente queria prolongar a sua estadia nos Estados Unidos, especulando-se que poderia tentar dar conferências para justificar a permanência. Com o visto de turista, não poderá fazer trabalho remunerado.

Nos Estados Unidos, a presença de Bolsonaro tem sido incómoda para a base democrata do Presidente Joe Biden.

Há duas semanas, 41 congressistas pediram, numa carta a Biden, que a Administração americana não permitisse a utilização, por Bolsonaro, de território americano “como refúgio”, comparando a invasão do Congresso em Brasília com a do Capitólio, a 6 de Janeiro de 2021, nos Estados Unidos.

O congressista democrata Joaquin Castro, do Texas, um dos signatários da carta, afirma que o pedido de visto devia ser negado. Bolsonaro "é perigoso e não deveria ser autorizado a permanecer nos EUA", disse.

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