Dispositivo português para monitorizar a tosse arrecada cinco milhões de euros

A C-mo criou um aparelho para acompanhar e avaliar a tosse crónica, um sintoma que afecta 700 milhões de pessoas em todo o mundo. A empresa portuguesa tem novo investimento de cinco milhões de euros.

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A equipa de fundadores da empresa C-mo que criou um dispositivou para avaliar a tosse crónica C-mo

Há uma empresa portuguesa a desenvolver uma forma de monitorizar um dos sintomas mais comuns em todo o mundo: a tosse crónica. A C-mo quer avaliar este tipo de tosse, que é também dos principais motivos que nos levam a procurar um médico, para ajudar a melhorar o diagnóstico a partir de um sintoma frequente e que pode ser relevante para os médicos. Agora, há um novo investimento de 4,8 milhões de euros no projecto português.

Esta verba foi captada nos últimos três meses, na ronda de investimento inicial, na qual a empresa recebe capital de um investidor em troca de acções ou participação no negócio. No caso da C-mo, a ronda foi liderada por um fundo da empresa farmacêutica Boehringer e contou com a participação das empresas de investimento Portugal Ventures e High-Tech Gründerfonds. O novo parceiro na empresa é a Novalis Biotech, uma empresa de investimento na área da tecnologia aplicada aos cuidados de saúde.

“Estamos impressionados com a complementaridade e a dedicação da equipa da C-mo que desenvolveu este produto inovador. Isto traduz um sintoma clinicamente relevante como a tosse, num indicador objectivo e mensurável que está em falta no desenvolvimento de medicamentos”, explica Kjell Mortier, gestor de fundos da Novalis Biotech, citado em comunicado.

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O dispositivo criada pela C-mo para monitorizar a tosse crónica C-mo

A entrada da Novalis Biotech, conjugando um total de quase cinco milhões de euros de investimento, será utilizado para aumentar a capacidade e a abrangência da aplicação da tecnologia da C-mo, adianta a empresa, também em comunicado.

A equipa portuguesa liderada pelo co-fundador Diogo Tecelão desenhou um dispositivo portátil que consegue dar um relatório completo e automático sobre a tosse de um determinado doente. Além de analisar a frequência e os padrões da tosse (se é seca, por exemplo), também permite descobrir em que tipo de situações cada pessoa tem este sintoma de forma mais vincada – o que pode ajudar no diagnóstico e até no tratamento.

A tosse crónica é um sintoma que afecta mais de 700 milhões de adultos em todo o mundo. “Este é um sintoma clinicamente rico e que contém informações valiosas sobre a saúde do paciente. Mas a fala de ferramentas para avaliar e controlar a tosse crónica continua a ser uma grande necessidade médica”, explica Diogo Tecelão.

A empresa foi fundada por um grupo de engenheiros biomédicos em 2016, tendo sido oficialmente registada como uma start-up em 2020. Nesse mesmo ano, o protótipo deste dispositivo foi testado mais de 200 vezes, tendo apresentado resultados correctos em mais de 90% das situações.

Além de Diogo Tecelão, a equipa foi constituída inicialmente por Alexandra Lopes, Filipe Valadas, Miguel Andrade e Sara Lobo, todos antigos estudantes de engenharia biomédica da Universidade Nova de Lisboa.

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