Marcelo evoca professor Luís Moita, “lutador pela justiça social” e “militante pela igualdade”

O professor, sociólogo e investigador Luís Moita morreu hoje aos 84 anos.

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O investigador Luís Moita (à direita) com o cónego António Janela (centro) e Marcelo Rebelo de Sousa (esquerda) na comemoração dos 50 anos da Vigília da Capela do Rato Nuno Ferreira Santos

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, lamentou neste sábado a morte do professor Luís Moita, evocando-o como um “lutador pela justiça social” e “militante pela igualdade” e endereçou à família e amigos “um sentido abraço de pêsames”. Numa nota publicada no sítio oficial da Presidência da República na Internet, Marcelo Rebelo de Sousa escreve que “Luís Moita foi um democrata e um lutador pela justiça social, militante pela igualdade e pelas liberdades do nosso e de todos os povos”.

“Ainda há poucas semanas tinham estado juntos, na Igreja de São Domingos, em Lisboa, numa comemoração dos 50 anos da Vigília da Capela do Rato, no quadro das comemorações dos 50 anos do 25 de Abril”, lê-se na nota. O chefe de Estado lembra o “académico doutorado em Itália, professor catedrático”, a quem “apresenta a sua pública homenagem, endereçando à família e amigos um sentido abraço de pêsames”.

O professor, sociólogo e investigador Luís Moita morreu neste sábado aos 84 anos, anunciou a Universidade Autónoma de Lisboa, da qual foi vice-reitor, em comunicado. “A Universidade Autónoma Luís de Camões acaba de perder um dos seus pilares, deixando a comunidade académica mais pobre e de luto. A melhor homenagem que a UAL pode fazer ao Professor Luís Moita é honrar a sua memória, continuando o combate por uma universidade aberta ao mundo, tendo sempre a ética como fundamento de toda a acção. Tentaremos. Até sempre, Professor Luís Moita”​, afirma aquela entidade na nota.

Luís Moita foi um dos protagonistas da vigília da Capela do Rato, em 1972, e um estudioso da guerra e da paz, que cooperou com os países africanos. O sociólogo, que se doutorou em Ética pela Universidade Lateranense, em Itália, em 1967, foi sacerdote católico e um opositor activo contra a guerra e a ditadura, motivo pelo qual foi preso político em Caxias.

Foi ainda governante por 23 dias, como secretário de Estado da Emigração, condecorado em 10 de Junho de 1998 com a Grande Cruz da Ordem da Liberdade e, em 7 de Janeiro de 2005, foi condecorado pelo Presidente italiano como Grande Oficial da Ordine della Stella della Solidarietá Italiana.

Além de vice-reitor, Luís Moita foi membro do Conselho Científico da Universidade Autónoma de Lisboa, professor catedrático de Teorias das Relações Internacionais, director do Departamento de Relações Internacionais e orientou durante largos anos a unidade de investigação Obervare — Observatório de Relações Exteriores, refere o estabelecimento de ensino superior privado.

No comunicado, assinado por António de Lencastre Bernardo, presidente do Conselho de Administração da Entidade Instituidora da Autónoma e pelo seu reitor José Amado da Silva, a universidade agradece o contributo que Luís Moita deu “para a excelência do ensino, da investigação e o prestígio que conferiu no seu percurso brilhante, que muito contribuiu para a afirmação da universidade”.

Entretanto, o Bloco de Esquerda também reagiu, através do dirigente José Manuel Pureza, que disse que “a vida do Luís Moita foi uma fonte. Os tantos e tantas que com ele aprendemos o que é ser gente decente e arrojada perdemos hoje um pilar da nossa vida”. Luís Moita participou em 2014 na abertura do Fórum Socialismo em Évora. O Bloco de Esquerda também endereça as sentidas condolências à sua família e amigos.

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