Pelo menos sete mortos em ataque a tiro em Jerusalém

Atirador disparou contra as pessoas que saíam de uma sinagoga. O atentado terá sido em retaliação por uma incursão dos comandos israelitas em Jenin na quinta-feira que fez nove mortos.

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Ataque acontece um dia depois da morte de nove palestinianos em Jenin Reuters/AMMAR AWAD

Pelo menos sete pessoas foram mortas e outras três ficaram feridas num ataque a tiro em Jerusalém, na noite desta sexta-feira, nas proximidades de uma sinagoga. O responsável pelo ataque foi morto pelas forças de segurança quando tentava fugir.

"Vimos uma mulher e quatro homens deitados na estrada. Sofreram ferimentos de bala e não tinham sinais de vida", disse um dos elementos das equipas de emergência, Fadi Dedik, em declarações ao jornal Jerusalem Post. "Três outros feridos, incluindo uma mulher de 70 anos, estão em estado crítico e foram transportados para o Hospital de Hadassah."

“Em consequência do ataque a tiro, sete civis morreram e outros três foram feridos, com diferentes níveis de ferimentos”, adiantou a polícia. O atentado ocorreu às 20h15 (duas horas mais que em Portugal continental).

De acordo com o canal de televisão israelita Channel 12, o autor do atentado disparou primeiro contra uma idosa na rua, depois atingiu um motociclista com que se cruzou antes de chegar à sinagoga. A informação, segundo o Times of Israel, não tinha sido ainda confirmada pela polícia.

O canal de televisão pública KAN, por seu lado, informou que o atirador começou depois a disparar contra as pessoas que saíam de uma sinagoga no bairro de Neve Yaakov, em Jerusalém.

"Estamos treinados para isto. Infelizmente, não conseguimos esquecer um ataque terrorista, e é isso que estamos a testemunhar mais uma vez", disse Didek. "Só podemos agir de forma profissional, porque é isso que vai fazer a diferença entre a vida e a morte."

O autor dos disparos tentou escapar, dirigindo-se para o bairro palestiniano de Beit Hanina, que fica a cerca de um quilómetro da sinagoga, no entanto, acabaria por se cruzar com polícias que tinham sido chamados para responder ao incidente, na troca de tiros, acabaria por ser morto.

O Jerusalem Post diz ainda que foram ouvidos tiros disparados para o ar, em sinal de celebração, em Jenin e noutras cidades dos territórios ocupados da Cisjordânia e na Faixa de Gaza.

O ataque desta sexta-feira acontece um dia depois de as forças israelitas terem matado nove palestinianos numa operação em Jenin. Segundo o Times of Israel, o Hamas já veio dizer que o ataque em Jerusalém serviu para vingar o raide dos comandos israelitas no campo de refugiados.

Por causa do ataque em Jenin, a Autoridade Palestiniana cortou as suas relações de segurança com Israel e o Egipto veio pedir às autoridades da Faixa de Gaza que evitem fazer escalar o nível de violência. Os Estados Unidos mostraram-se esta sexta-feira, através do porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, John Kirby, "profundamente preocupados com a escalada de violência em Gaza".

Ao Haaretz, um oficial do Exército israelita, garantiu que o elevado número de mortos no raide dos comandos israelitas no campo de refugiados do Norte da Cisjordânia – que mereceu condenação internacional, nomeadamente das Nações Unidas –​ não resulta de uma qualquer mudança de política por parte de Israel, é apenas resultado da situação de ameaça que os soldados envolvidos sentiram.

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