Neves-Neves e o Shakespeare homoerótico

Numa assumida exploração da troca de géneros em Noite de Reis, o encenador entregou o espectáculo a um elenco masculino, acompanhado por uma orquestra feminina.

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Estelle Valente

Um homem ama uma mulher. E para a seduzir, porque, enfim, é tão rico e opulento que até a corte pode delegar nos seus servos, envia um dos criados para florear e adornar a oralidade do amor junto da sua amada. Acontece que o criado é, afinal, uma mulher mascarada de homem, que acabará por despertar o desejo da senhora que o seu amo deseja. Enquanto isso, essa mulher mascarada de homem acaba por enamorar-se do seu patrão. É esta a base para Noite de Reis, uma das mais populares comédias escritas por William Shakespeare, e que para a sua encenação no Teatro da Trindade Ricardo Neves-Neves escolheu entregar a um elenco totalmente masculino. Não só para que a comédia de enganos e identidades trocadas ganhe mais uma camada, mas também para reforçar a “sugestão homoerótica” que encontra no texto.

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