PJ detém suspeito de tentar extorquir Marcelo Rebelo de Sousa

No final do ano passado, a Presidência da República recebeu uma carta dirigida a Marcelo com uma bala dentro e uma exigência para pagar um milhão de euros, sob pena de o Presidente ser morto a tiro.

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Presidente da República tinha desvalorizado a situação LUSA/RODRIGO ANTUNES

A Polícia Judiciária (PJ) deteve nesta terça-feira na região de Lisboa um homem suspeito de ter tentado extorquir o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, através de uma ameaça de morte, confirmou esta força através de comunicado. São-lhe imputados ainda os crimes de coacção agravada e detenção de arma proibida.

O suspeito, um homem na casa dos 40/50 anos, com um historial de violência e que já esteve na cadeia, foi detido na sua residência por elementos da Unidade Nacional de Contraterrorismo (UNCT) da PJ. A polícia acredita que estaria a actuar sozinho, movido, entre outras razões, por ódio e raiva.

Com uma personalidade descrita como instável e perigosa, as ameaças foram consideradas facilmente exequíveis, já que no passado já lhe tinham sido apreendidas armas e explosivos. Também nesta terça-feira foi encontrada pelo menos uma arma na posse do suspeito, que está indiciado por este crime. O facto de Marcelo Rebelo de Sousa ser um presidente muito activo e muito próximo dos cidadãos tornaria um eventual atentado fácil de concretizar, acreditam as autoridades, que levaram o aviso a sério.

As ameaças dirigidas a Marcelo chegaram a 26 de Outubro passado a Belém, através de uma carta que exigia o pagamento de um milhão de euros e a indicação de que, se tal não ocorresse, o Presidente da República seria morto a tiro.

A notícia foi dada em Novembro, pelo Correio da Manhã, que detalhava que a carta anónima tinha dentro uma bala, um telemóvel e um pedido de um milhão de euros que deveria ser enviado para uma conta bancária discriminada no documento.

Foi com base nestes elementos que a UNCT da PJ conseguiu identificar o suspeito. “Uma aturada investigação por parte da Unidade Nacional Contraterrorismo permitiu chegar à identificação do presumível autor da prática dos mencionados crimes, tendo nesta data sido realizada uma busca à residência deste e a apreensão de vários elementos de prova”, lê-se na nota divulgada pela PJ pouco antes da hora de almoço.

O detido deverá ser apresentado nesta quarta-feira a um juiz do Tribunal Central de Instrução Criminal, em Lisboa, que irá determinar as medidas de coacção a aplicar. O caso corre no Departamento de Investigação e Acção Penal de Lisboa. ​

Em Novembro, Marcelo desvalorizou a situação, destacando ter recebido mais “ameaças” quando tinha programas de televisão na RTP e na TVI do que em Belém. “Quem anda nesta vida, e eu já ando há 30 anos, tem disto enfim às dezenas (…). Acontece e eu não dou grande importância”, disse.

O Presidente da República referiu que este tipo de situações acontece espaçadamente. “Isto acontece espaçadamente, nunca se veio a confirmar qualquer gravidade da situação. Estando fora, os serviços entenderam comunicar à Polícia Judiciária”, afirmou. Isto porque quando a carta chegou Marcelo não estava em Belém.

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