“Não me deixarei intimidar”, diz ministro Duarte Cordeiro

O ministro do Ambiente reage à notícia do Correio da Manhã que dá conta de uma denúncia entregue no Ministério Público no âmbito do caso Joaquim Mourão, e que alegadamente envolve Duarte Cordeiro.

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Duarte Cordeiro é ministro do Ambiente LUSA/RODRIGO ANTUNES

O ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro, reagiu esta manhã de terça-feira através da rede social Facebook à notícia que faz manchete do Correio da Manhã e que dá conta de um alegado envolvimento do governante nas queixas contra Joaquim Morão, arguido no processo que levou a Polícia Judiciária à Câmara Municipal de Lisboa.

Duarte Cordeiro, que foi vereador em Lisboa, diz que não se deixará "intimidar" pela notícia e acusa aquela publicação do grupo Cofina de procurar "denegrir" a sua imagem, dando cobertura a uma denúncia da qual não se conhece a sua validade. O ministro termina pedindo rapidez e clareza ao Ministério Público (MP) a lidar com denúncias em que vê interesse "político partidário".

No Facebook, o ministro do Ambiente escreve: "Hoje, o Correio da Manhã procurou denegrir a minha imagem dando cobertura a uma denúncia, da qual se desconhece o autor ou qualquer facto identificado, nem sequer a relevância que o Ministério Público atribui à mesma." E acusa o jornal de ter sido "particularmente selectivo" ao ter usado apenas uma parte das respostas que enviou ao jornal e que reproduz no seu comentário.

O Correio da Manhã titula que "novas denúncias sobre suspeitas de corrupção na Câmara de Lisboa envolvem dois ministros". O jornal acrescenta que uma das acusações atinge o actual ministro do Ambiente - que era vice-presidente de Fernando Medina na autarquia da capital - e que a denúncia está no Ministério Público e foi junta ao processo que investiga a avença de Joaquim Morão em Lisboa, que serviria para financiar o PS.

"Não me deixarei intimidar com esta notícia", afirma, desafiando o Ministério Público a ser "rápido e claro a lidar com estas denúncias", mostrando disponibilidade para qualquer "questão ou dúvida sobre alguma acção que tenha ocorrido nos meus mandatos".

O governante frisa que “qualquer pessoa pode fazer denúncias com o objectivo de denegrir ou procurar atingir a pessoa que denuncia sem que tenha qualquer evidência sobre o que denuncia". "Muitas vezes conta com as obrigações de investigação do Ministério Público e com o papel dos jornalistas para dar credibilidade a essas denúncias", justifica.

O ministro diz ainda parecer-lhe "evidente" a existência de uma tentativa de o envolver neste tema, acrescentado que o seu trabalho na Câmara de Lisboa não estava relacionado com o de Joaquim Morão, admitindo, porém, que "naturalmente" poderá ter estado com Mourão enquanto desempenhou as funções para as quais foi contratado. Diz ainda não se recordar de ter conversado com Morão, enquanto Presidente do PS da Federação da Área Urbana de Lisboa. E afirma desconhecer a "existência de qualquer investigação", acrescentando: "Nunca fui chamado a prestar qualquer depoimento.”

"Não podemos tolerar um ambiente no qual se credibilizem denúncias feitas de forma profissional, com claro interesse político partidário, e que se desconhece se estão suportadas em algum tipo de evidência. A não resposta clara e firme é um convite para a multiplicação deste tipo de comportamentos", justifica.

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