Mais de 30 anos depois, Coimbra retoma casamentos da rainha santa Isabel

Uma tradição descontinuada que regressará durante as celebrações da padroeira local. Candidaturas abrem em breve, podendo a condição socioeconómica ser um critério de selecção.

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O evento vai decorrer em todos os anos ímpares, no domingo anterior ao Dia da Cidade, a 4 de Julho DR/Nathan Dumlao via Unsplash

Coimbra vai realizar em Julho os casamentos da rainha santa Isabel, padroeira da cidade, retomando uma tradição descontinuada há mais de 30 anos, numa iniciativa que envolve várias entidades da região.

O evento vai decorrer em todos os anos ímpares (para não coincidir com as procissões), no domingo anterior ao Dia da Cidade e da rainha santa Isabel (4 de Julho), numa cerimónia que junta na organização a Câmara de Coimbra, a Turismo Centro de Portugal, a Confraria da Rainha Santa Isabel, a Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) e a Escola de Turismo de Portugal de Coimbra.

A intenção de recuperar esta tradição foi anunciada, nesta segunda-feira, numa conferência de imprensa no Salão Nobre da Câmara de Coimbra, onde estiveram presentes as cinco entidades que farão parte da comissão executiva do evento.

O presidente da confraria, Joaquim Nora, esclareceu que a vontade de retomar os casamentos surgiu após uma exposição feita em 2021 por aquela entidade, na qual foram exibidos dois vestidos de noiva oferecidos à rainha santa, tendo desafiado depois as restantes entidades agora envolvidas.

Segundo o responsável, os últimos registos destes casamentos são do tempo da presidência de Ramalho Eanes (1976 a 1986), que apadrinhou o evento que, na altura, teve a boda no Jardim da Manga.

Após o anúncio desta segunda, será divulgado o calendário e como se irá processar a candidatura aos casamentos por parte dos noivos, sendo necessário pelo menos um dos elementos do casal residir no concelho de Coimbra e estarem os dois em condições de celebrar um casamento católico.

De acordo com Joaquim Nora, haverá um limite máximo de sete casamentos, estando ainda por definir o processo de selecção, antevendo que a condição socioeconómica possa ser um critério diferenciador.

Questionado sobre o investimento financeiro que será realizado, o presidente da Confraria Rainha Santa Isabel salientou que o mesmo terá "um orçamento zero", querendo a organização garantir donativos por parte de vários agentes económicos para assegurar hotel para a noite de núpcias, alianças, fatos de noivo e noiva ou até a boda.

No entanto, tal "depende dos agentes económicos", aclarou, referindo que os patrocínios ou donativos ainda não estão assegurados ou garantidos.

O presidente da autarquia, José Manuel Silva, realçou que "qualquer cidade que se queira projectar para o futuro tem de começar por tratar bem das suas tradições e das suas raízes". Para o autarca, o retomar dos casamentos terá também a sua importância numa vertente turística e de promoção da cidade, algo corroborado pelo presidente da Turismo Centro, Pedro Machado.

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