Sondagem aponta para realidade política fragmentada

PS sem maioria absoluta, PSD aquém do que seria esperado, Chega e IL a crescer. Bloco de direita à frente de bloco de esquerda. É esta a realidade da nova sondagem da Aximage para o DN, JN e TSF.

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Direita ultrapassa a esquerda neste barómetro Miguel Manso

A realidade política portuguesa está hoje muito fragmentada e não aponta para uma clara solução de Governo, caso houvesse eleições legislativas antecipadas. Independentemente dos valores concretos de cada partido, é esta a fotografia do mais recente barómetro da Aximage, publicado neste domingo pelo Diário de Notícias (DN) e pelo Jornal de Notícias (JN) e divulgado pela TSF. É também este o cenário que tem sido traçado pelo Presidente da República para rejeitar eleições antes do tempo.

Na sondagem, que foi feita entre os dias 10 e 14 de Janeiro, já depois das polémicas que envolveram demissões no executivo, o PS desce para 27,1% das intenção de voto, sendo que tinha 34,5% em Setembro e que saiu das eleições de Janeiro com mais de 40%. Essa maioria absoluta está hoje longe do seu alcance, mas também do do PSD, que não consegue descolar.

Com Luís Montenegro (cuja popularidade também desceu) na liderança, o PSD fica-se actualmente por 25,1% das preferências, quando em Setembro ultrapassava ligeiramente os 30% (30,9%), uma marca próxima do resultado obtido nas legislativas (29,1%). O único partido, além do PS e do PSD, que também perde gás neste barómetro é o CDS, agora com 1,4% das intenções de voto e com o regresso à Assembleia ameaçado.

No campeonato oposto, Chega e Iniciativa Liberal registam os maiores crescimentos. Se houvesse eleições em breve, o partido de André Ventura teria 12,9% (mais quatro pontos do que em Setembro) e os liberais (que estão neste domingo a eleger o novo líder) 9,5% (quase mais três pontos do que no final do Verão).

À esquerda, o crescimento do Bloco também é significativo — passa de 3,8% em Setembro para 6,6%, mas não o suficiente para deixar o quinto lugar nas preferências dos inquiridos. E o PCP melhora a sua marca 1,6 pontos, obtendo agora 4,8% das intenções de voto. Resta ainda registar a subida do Livre, que tem agora 3,4%, bastante mais do que os 1,3% que nas eleições de Janeiro lhe permitiram eleger um deputado.

Quanto ao PAN, que não se situa nem à esquerda nem à direita, manteve-se praticamente como estava há quatro meses: tem 3,1 e tinha 3%.

Outra conclusão a retirar deste estudo da Aximage é que a direita junta (PSD, Chega, IL e CDS) está mais longe da esquerda unida (PS, BE, PCP e Livre) e quase perto dos 50%: 48,9% das intenções de voto contra 41,9%, respectivamente. Os indecisos (outros/brancos/nulos) estão agora perto dos 6%.

Este estudo de opinião foi feito entre os dias 10 e 14 de Janeiro pela Aximage e divulgado neste domingo pelo DN, pelo JN e pela TSF. A direcção técnica esteve a cargo de ​Ana Carla Basílio. Consistiu em 805 entrevistas entre maiores de 18 anos residentes em Portugal. O desvio padrão máximo é de 0,017 o que resulta numa margem de erro a 95% de 3,45%.

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