Manuel Borja-Villel abandona direcção do Museu Reina Sofia

Processo de selecção de novo director começa em Fevereiro.

Foto
Manuel Borja-Villel deixa a direcção do Museu Nacional Centro de Arte Rainha Sofia depois de um trabalho de 15 anos cortesia Museu Reina Sofia

O director do Museu Nacional Centro de Arte Rainha Sofia, Manuel Borja-Villel, vai deixar a instituição depois de um trabalho de 15 anos, anunciou o museu de arte moderna e contemporânea de Madrid.

O historiador de arte e curador espanhol não vai, como era esperado, apresentar a sua candidatura a mais um mandato à frente do conhecido museu. A 1 de Fevereiro, informa também o comunicado do Reina Sofia, começa um processo de selecção para escolher um novo director através de um concurso internacional.

Entre 2012 e 2019, Borja-Villel teve como subdirector o português João Fernandes, que entretanto assumiu a direcção do Instituto Moreira Salles (IMS), no Brasil.

Manuel Borja-Villel apresentou em 2021 e 2022 uma tão estimulante quanto polémica reorganização da colecção permanente, intitulada Vasos Comunicantes, que propôs olhar para a história de arte a partir de Espanha e da Guernica de Pablo Picasso.

O objectivo da reorganização, como explicou ao PÚBLICO na altura, foi falar do momento presente através do estudo crítico do passado, nomeadamente através dos conflitos, abordando temas como a emigração, o colonialismo, a ecologia, o movimento 15-M ("indignados"), a identidade de género, mas também o exílio, o feminismo ou as crises da sociedade contemporânea, como a pandemia.

A saída de Manuel Borja-Villel tem efeitos imediatos. A partir desta sexta-feira, a direcção do museu vai ser assegurada por Mabel Tapia (subdirectora artística) e Julian Gonzalez Cid (subdirector com a área da gestão).

Manuel Borja-Villel, que dedicou uma atenção especial à América Latina enquanto director, é um dos quatro curadores da próxima Bienal de São Paulo, juntamente com a artista e curadora portuguesa Grada Kilomba.

Sugerir correcção
Comentar