PSD insiste que actuais governantes respondam ao questionário de escrutínio

Líder social-democrata defende que membros do Governo devem ter igual tratamento no escrutínio a que são sujeitos.

Foto
Luís Montenegro participou na reunião do movimento Acreditar LUSA/PAULO NOVAIS

Luís Montenegro, líder do PSD, reiterou o desafio ao primeiro-ministro de aplicar já aos actuais membros do Governo o questionário de escrutínio que foi elaborado para futuros governantes para evitar critérios diferenciados na mesma equipa. A posição foi assumida aos jornalistas, esta segunda-feira à tarde, à margem de uma reunião do movimento Acreditar, em Coimbra, e depois de questionado sobre a investigação judicial ao secretário de Estado das Comunidades, Paulo Cafôfo.

“O senhor primeiro-ministro é responsável pelas condições políticas em que o senhor secretário de Estado exerce funções”, afirmou. Paulo Cafôfo está a ser investigado por irregularidades em contratos por ajuste directo, realizados enquanto liderou a Câmara do Funchal, e que teriam servido como instrumento de financiamento ilegal do PS-Madeira, de acordo com o Correio da Manhã.

Sem querer alongar-se sobre o caso, Luís Montenegro voltou a desafiar o primeiro-ministro a “aferir” as circunstâncias dos actuais ministros e secretários de Estado através da resposta ao questionário de 36 perguntas sobre impedimentos, situação patrimonial, fiscal e judicial. “Não me parece nada crucial nem aconselhável que haja membros no Governo com um tratamento e outros com outro tratamento”, argumentou o líder social-democrata.

A posição social-democrata foi partilhada pelo líder do Chega. André Ventura referiu que António Costa "não tinha como não saber" da investigação a Paulo Cafôfo "quando o chamou para o Governo", sustentando que o questionário devia ser aplicado já aos membros do executivo.

O líder do CDS, Nuno Melo, lembra que os centristas já haviam defendido o mesmo: "Por maioria de razão e de acordo com as mesmas regras, a existência de investigações criminais contra actuais governantes deverá ser critério para o seu afastamento imediato da vida política, sob pena de contradição insanável na aplicação das mesmas regras que o próprio Governo impôs."

Luís Montenegro foi também questionado sobre a operação judicial Vórtex, que envolve o seu ex-vice-presidente de bancada Joaquim Pinto Moreira enquanto ex-presidente da Câmara de Espinho. "Essa operação não tem nenhuma incidência na actividade política do PSD", assegurou.

Sobre as palavras de Carlos César, no sábado, em Coimbra, no âmbito da reunião da comissão nacional do PS ao dizer ser preciso mais cuidado nas escolhas de membros do Governo e autarcas , o líder social-democrata criticou o presidente socialista: "O doutor Carlos César acho que está equivocado e, se há coisa que ele não é, é exemplo em formar equipas e em poder criar condições de governabilidade, porque são conhecidos todos os atropelos democráticos que cometeu enquanto foi presidente do governo regional dos Açores", disse, citado pela Lusa.

Sugerir correcção
Ler 1 comentários