Lyon, cidade perfeita para um fim-de-semana que sabe a férias

O leitor Mário Menezes deixou-se encantar por Lyon e resume aqui o seu passeio, com destaque para o centro histórico, “bastante cuidado, limpo e requintado”.

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Lyon mário menezes

Lyon é um destino perfeito para uma escapadela de fim-de-semana, desfrutando das tarifas que as low cost nos proporcionam.

À chegada, adquirindo o City Card no Aeroporto Saint-Exupéry, podemos utilizar os transportes públicos, visitar os museus e atracções turísticas até que o tempo se esgote ou as nossas forças aguentem. Os 23km até ao centro da cidade podem ser percorridos no Rhonexpress, um eléctrico rápido.

Cheguei ao início da tarde e a primeira paragem foi no Museu das Confluências. Localizado na junção dos rios Ródano e Saône, está no seu jardim a escultura turística ONLY LYON e o seu edifício com arquitectura futurista abriu ao público há poucos anos. Alberga colecções relacionadas com a História Natural e da Humanidade. A vista do terraço para a junção dos rios, ao perto, e ao longe para a cidade, completou esta etapa.

Seguiu-se a Basílica da Notre-Dame de Fourvière, no topo da colina Fourvière, acessível de funicular, onde a vista panorâmica é uma das imagens de marca.

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Vista desde a Colina de Fourvière mário menezes

O final da tarde aproximava-se e segui para o hotel para descansar um pouco até à hora do jantar. Um menu de um restaurante marroquino foi a escolha. Lyon é a capital da haute cuisine, o coração gastronómico de França, mas não se proporcionou explorar essa faceta da cidade. Aliás, da gastronomia da França, o país mais visitado do Mundo, grande parte dos turistas, além da baguette e do croissant pouco ou nada conhecem. Os preços dos restaurantes são elevados. O fast food é recurso permanente e as cadeias de donner kebab são a escolha mais corrente. Ainda fui beber um copo a um dos muitos bares nas imediações, a cerveja é excelente e há inúmeras variedades e marcas. A noite acabou por ser bem mais longa que o previsto, pois um grupo de franco-canadianas e franceses convidou-me a juntar-me a eles. Como era noite de sábado, fomos visitar umas "capelinhas"...

O dia seguinte foi dedicado ao centro histórico, bastante cuidado, limpo e requintado. O edifício da Ópera é emblemático, assim como o da câmara municipal. A catedral e as ruínas romanas também, pois os romanos andaram por todo o lado.

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Câmara Municipal mário menezes

Seguiu-se o mais importante. Em Lyon esteve sediada a Fábrica Lumière, de películas fotográficas. Os filhos do proprietário, Auguste e Louis (os irmãos Lumière), desenvolveram um cinematógrafo e com ele desataram a fazer filmes que mais tarde vieram a ser exibidos na cave do Grand Café, em Paris. Filmes de curta duração, a preto e branco, que hoje qualquer telemóvel de baixa gama faz a cores e com muitíssimo melhor qualidade. A chegada do comboio à estação Ciotat e A saída dos operários da Fábrica Lumière foram rodados pela região de Lyon e são dos primórdios da Sétima Arte. A Europa deu novos mundos ao mundo. A maior indústria cinematográfica do planeta, Bollywood, vive hoje na Índia, mas quando falamos em cinema associamo-lo imediatamente a Hollywood. A indústria cinematográfica americana cresceu a partir do final da I Guerra Mundial e "esmagou" a francesa, então a mais importante.

O Museu da Miniatura e Cinema é um paraíso para os cinéfilos. Hollywood está ali em peso! Além da exibição de inúmeras miniaturas de cenários, construídas à escala para determinar o melhor ângulo das filmagens e iluminação aquando da rodagem dos filmes nos cenários reais, há adereços utilizados em vários filmes, como as máscaras que Robin Williams utilizou para se travestir de Mrs. Doubtfire, ou as máscaras de Jim Carrey no filme que o catapultou para as luzes da ribalta como maior comediante do Mundo. E a máscara do Freddy Krueger que aterrorizava os adolescentes em Elm Street. O boneco diabólico Chucky, Alien e o Predador, Batman e outros heróis e vilões, ou mesmo o Robocop, também não faltam.

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Era Verão, o calor sufocava e até as fontes serviam para refrescar os pés. O meu último fôlego foi um passeio num comboio turístico pelo bairro da Croix Rousse, onde na noite anterior andara até de madrugada. Era minha intenção acabar este dia dando um mergulho no Plan d'eau du Colombier, uma praia fluvial a cerca de 30km, mas desisti da ideia. Deitei-me à sombra de uma árvore, nas margens do rio Ródano, e aproveitei para dormir uma sesta.

O fim-de-semana soube-me a férias.

Mário Menezes
Autor de alguns textos em amantesdeviagens.com

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Museu das Confluências mário menezes
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