Documentos confidenciais encontrados no think tank de Biden

Advogados do Presidente dos EUA encontraram documentos confidenciais no seu antigo escritório no instituto e entregaram-nos aos Arquivos Nacionais. Departamento de Justiça está a analisar o caso.

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Joe Biden, Presidente dos Estados Unidos EPA/Sashenka Gutierrez

Os advogados do Presidente dos Estados Unidos encontraram documentos confidenciais no seu antigo gabinete no Penn Biden Center for Diplomacy and Global Engagement, o think tank que Joe Biden ajudou a fundar quando era vice-presidente, na Administração de Barack Obama.

A CBS News deu a notícia em primeira mão na segunda-feira e a equipa de defesa de Biden confirmou-a de seguida, esclarecendo que os Arquivos Nacionais foram notificados no próprio dia em que o material foi encontrado, a 2 de Novembro do ano passado – dias antes das eleições intercalares (8 de Novembro) – e que este foi entregue na manhã seguinte.

Num comunicado, Richard Sauber, conselheiro e advogado do Presidente, não revelou o conteúdo ou a quantidade dos documentos encontrados – a CBS fala em “pelo menos dez” documentos e apenas diz que sabe que não contêm “segredos nucleares”.

Donald Trump, antecessor do Biden, está a ser investigado pelo Departamento de Justiça norte-americano depois de o FBI ter apreendido cerca de uma centena de documentos classificados como confidenciais, secretos ou ultra-secretos – incluindo alguns, cuja consulta só podia ser feita em instalações oficiais do governo norte-americano e sob a supervisão de um agente federal – na sua mansão de Mar-a-Lago.

Segundo o FBI, os documentos confidenciais estavam guardados em caixas comuns na casa de Trump, na Florida, sem qualquer tipo de segurança especial, e misturados com outros documentos e objectos pessoais.

“Quando é que o FBI vai fazer buscas nas várias casas de Joe Biden, talvez até na Casa Branca?”, questionou, criticamente, Donald Trump, numa mensagem publicada na Truth Social, a rede social que ajudou a criar depois de ter sido banido do Twitter – na sequência da invasão do Capitólio, de 6 de Janeiro de 2021.

Segundo o Washington Post e a CBS News, o Departamento de Justiça está a rever a documentação encontrada no think tank e a avaliar se merece a abertura de uma investigação formal.

O Post diz que o procurador-geral dos EUA, Merrick Garland, ordenou ao procurador John R. Lausch Jr., do Distrito Norte do Illinois – nomeado por Trump – para supervisionar a revisão dos documentos e refere que o FBI também está envolvido nessa tarefa.

Richard Sauber assegura, porém, que os documentos “não foram sujeitos a quaisquer pedidos anteriores ou inquirições por parte dos Arquivos Nacionais” e garante que a Casa Branca tem estado a cooperar” com estes e com o Departamento de Justiça desde que o material foi encontrado.

O advogado explica que os documentos foram encontrados por elementos da equipa de defesa de Biden, quando estavam a “encaixotar ficheiros guardados num armário fechado” no gabinete do think tank que o agora Presidente utilizou, com mais frequência, entre 2017 e 2020.

O Penn Biden Center for Diplomacy and Global Engagement, associado à Universidade da Pensilvânia, foi fundado em 2018, e defende o “princípio de que um mundo democrático, aberto, seguro, tolerante e interligado beneficia todos os americanos”.

O instituto compromete-se, assim, a dar ferramentas e meios aos seus alunos e parceiros para “terem contacto com líderes mundiais, desenvolverem e promoverem políticas inteligentes e reforçarem o debate nacional sobre a liderança global contínua americana no século XXI”.

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