México. Vídeo de avião a ser atingido nos confrontos com cartel de Sinaloa é verdadeiro?

Imagem partilhada nas redes sociais mostra um avião a ser atingido. Utilizador que publicou diz que é no México, durante os confrontos provocados pela detenção do filho de “El Chapo”.

Foto
Imagem do que será um ataque no México DR

O vídeo

Num vídeo partilhado nas redes sociais nesta quinta-feira, com menos de um minuto, vê-se um avião a ser atingido por tiros, alegadamente na cidade de Culiacán, capital do estado de Sinaloa, no Leste do México. "Isto não é o Iraque ou o Afeganistão, mas Culiacán, no México, hoje", lê-se na descrição do vídeo.

O contexto

O vídeo em questão foi partilhado em fóruns online ​e no Twitter, atingindo mais de 500 mil visualizações, além de ser divulgado pelo tablóide sérvio Kurir.

É difícil perceber que zona o avião sobrevoa, mas quem partilhou o vídeo diz ser no México. O alegado ataque a uma aeronave no espaço aéreo mexicano foi divulgado horas depois da detenção do filho de "El Chapo", Ovidio Guzman, ter gerado uma onda de violência na cidade de Culiacán, com confrontos entre a polícia e os homens do cartel Sinaloa, fundado por "El Chapo".

Os factos

As imagens partilhadas são, na verdade, retiradas do videojogo Arma 3, que simula combates militares de forma realista. O avião no vídeo é uma imitação do modelo A-10 Thunderbolt II, fabricado pela empresa norte-americana Fairchild Republic, e apenas operado pela Força Aérea dos Estados Unidos.

Também produzida nos Estados Unidos, a arma usada para atingir o avião é um sistema de defesa antiaérea designado C-RAM Phalanx CIWS.

Quanto à violência na cidade de Culiacán, capital do estado mexicano de Sinaloa, à detenção de Ovidio Guzman seguiram-se tiroteios, relatos de veículos incendiados e roubos de automóveis, além de os homens do cartel de Sinaloa terem tentado atingir aeronaves da Força Aérea do México.

Em resumo

O vídeo em que uma aeronave militar parece ser atingida por um sistema de defesa antiaérea é falso, e retirado de um videojogo. O ataque não aconteceu, por isso, nem no México, nem no Iraque, nem no Afeganistão — apenas num ecrã.

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