Investigadora Joana Meirim vence Prémio Imprensa Nacional/Vasco Graça Moura

Obra vencedora, Uma Carta à Posteridade - Jorge de Sena e Alexandre O’Neill , vai ser publicada pela Imprensa Nacional.

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Joana Meirim, vencedora do Prémio Imprensa Nacional/Vasco Graça Moura dr

A investigadora Joana Meirim é a vencedora do Prémio Imprensa Nacional/Vasco Graça Moura, no valor de 5000 euros, pela obra Uma Carta à Posteridade - Jorge de Sena e Alexandre O'Neill, foi esta quinta-feira divulgado.

Com uma Menção Honrosa, sem qualquer valor pecuniário, foi distinguido Jaime Freire, pela obra Um Rádio Para Ouvir Londres - Ensaio sobre o Não-Direito do Estado de Guerra do III Reich.

Estas duas obras vão ser publicadas pela Imprensa Nacional este ano, disse à agência Lusa fonte da editora estatal.

O Prémio Imprensa Nacional/Vasco Graça Moura foi instituído em 2015 e distingue, rotativamente, trabalhos inéditos nas áreas de "actuação onde Vasco Graça Moura mais se destacou: Poesia, Ensaio e Tradução". Esta 8.ª edição foi dedicada ao Ensaio.

O júri, ao qual presidiu o escritor Pedro Mexia, afirmou sobre a obra vencedora: "Investigando um conjunto de tons e tendências em Sena e em O'Neill (o azedume e a "desimportantização", as polémicas e as paródias, a veemência do gosto e o desgosto da eloquência), Joana Meirim demonstra, com grande conhecimento dos textos e fluidez discursiva, o modo bem distinto como dois poetas portugueses contemporâneos se confrontaram com um tempo e um país, com a fugacidade e a imortalidade, e com a ideia de poesia".

Sobre a obra de Jaime Freire, o júri referiu ser um "texto informado e ambicioso que convoca, através da História, da ideologia e da literatura, os usos e abusos do Direito e da linguagem, as leis da guerra, a "traição dos intelectuais" e a herança dos totalitarismos".

Além de Mexia, o júri foi constituído pelo poeta e editor Jorge Reis-Sá e pela professora universitária Joana Matos Frias. Ao galardão apresentaram-se 60 candidaturas.

Joana Meirim é professora convidada na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, investigadora do Centro de Estudos de Comunicação e Cultura da Universidade Católica Portuguesa e colaboradora do Instituto de Estudos de Literatura e Tradição, da Universidade Nova de Lisboa.

Meirim é doutorada pelo programa em Teoria da Literatura da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, com uma tese dedicada aos escritores Alexandre O'Neill (1924-1986) e Jorge de Sena (1919-1978). Em 2021, editou um volume de entrevistas de Alexandre O'Neill, e co-organizou um livro sobre o ensino da literatura, e, no ano seguinte, um sobre a crítica de Jorge de Sena.

Jaime Freire é escritor, ensaísta e advogado, autor de O Homem da Superfície (1997), Conversa na Ilha da Jana (1998), Os Dragões de Komodo (2001), Any Time is Tee Time e outras histórias (2003), A Japonesa Nua (2009) e Mata! Mata! - A Viagem de Wargus (2021), entre outras obras de ficção.

No ano passado o galardão contemplou a Poesia, e o vencedor foi o moçambicano David Bene com a obra O Vazio de um Céu sem Hinos.

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