Edward Norton, entre a herança de Pocahontas e o peso da escravatura

O actor foi ao programa Finding Your Roots, da PBS, que se dedica a fazer a árvore genealógica de celebridades, e descobriu que os seus antepassados eram esclavagistas.

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Edward Norton Reuters/SUSANA VERA/arquivo (detalhe)

O actor norte-americano Edward Norton, celebrizado em filmes como A Raiz do Medo ou Clube de Combate, sabia ser neto de James Wilson Rouse (1914-1996), um empreendedor que ficou conhecido pelo seu filantropismo e pelo activismo cívico, que lhe valeram a Medalha Presidencial da Liberdade — um historial de que se podia orgulhar. O que não imaginava é que, entre os seus antepassados, também estiveram esclavagistas.

No programa Finding Your Roots, da PBS, Norton, de 53 anos, foi confrontado com o facto de os seus antepassados terem tido escravos, o que o deixou “desconfortável”. "A resposta curta é: estas coisas são desconfortáveis, e você deve sentir-se desconfortável com elas. Todos devem sentir-se desconfortáveis com elas", reagiu o actor, citado pelo Metro, sobretudo depois de ver a fotografia de um casal com as suas cinco filhas, em que a mais velha não teria mais de 10 anos, que seria propriedade de um familiar seu. “Quando se lê 'escrava com 8 anos', só se quer morrer."

Ao longo do programa, que recorre a investigação genealógica tradicional (registos escritos) e genética (testes de ADN), Norton descobriu ainda que a sua dodecavó, ou seja, 12.ª avó, foi Pocahontas, a filha do chefe Powhatan ​retratada pela Disney, mas cuja história real é menos romântica.

Depois de se ter destacado por ter criado condições para a comunicação entre índios e colonos (salvou, por exemplo, o colono John Smith da morte), foi feita prisioneira e forçada a se casar com o inglês John Rolfe, um importante comerciante de tabaco, em 1614, com quem teve um filho. Morreu em 1617, de doença indeterminada, após uma viagem de Inglaterra para a América.

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