Numa tradição iniciada em 2006 (e interrompida pela pandemia em 2020), a freguesia de Priscos, no município de Braga, torna a servir de cenário à recriação da história da família nazarena e dos costumes do quotidiano hebraico e romano.
Apresenta-se como “o maior presépio ao vivo da Europa” e vem de bitola reforçada pelos números que o compõem: 600 figurantes em 90 cenários diferentes, distribuídos numa área de 30 mil metros quadrados.
Com "referências às culturas egípcia, judaica, romana, assíria, grega e babilónica", "não faltam muitos dos ofícios que existiam no tempo de Jesus", explicam. Entre eles, "os ferreiros a forjarem e a temperar o ferro, o sapateiro a concertar sandálias rompidas, serradores que cortam lenha, camponeses a organizarem as ferramentas de trabalho, a tecedeira no tear a jogar fios de lã, o oleiro a moldar o barro, a padeira a amassar a farinha"... E, também, a "família de Nazaré a ser família diante das sombras do seu tempo"...
A grandeza não é a única bandeira hasteada: de traço comunitário e inclusivo, as construções são feitas pela comunidade aldeã com a ajuda dos reclusos do Estabelecimento Prisional de Braga e, a par das histórias da tradição cristã, lembram, nesta 16.ª edição, os dramas da violência no namoro em particular e no amor em geral.
Apresentado como um “projecto de causas e pessoas”, contou na inauguração com a presença de Marta Nogueira que, em 2015, foi vítima de tentativa de homicídio pelo ex-namorado.
De portas abertas desde 11 de Dezembro, a encenação volta ao palco em Janeiro, com sessões no dia 1, das 16h às 18h30; dias 7 e 14, das 20h às 22h30; e dias 8 e 15, das 15h às 18h30. Os bilhetes custam 5 euros e são pagos a partir dos 16 anos.
Além de espectáculos temáticos, na oferta gastronómica, "disponível nas várias casas das aldeias dos judeus e dos romanos", há de tudo, até o “pão de César”, o “hidromel”, a “posca”, castanhas assadas, água-pé, café no pote, "doces dos judeus", pão romano, ginja, doces de Roma e o famoso pudim Abade de Priscos.