Natal de Deus, Nosso Natal: Deus Connosco

1. Quase todos os anos, quando chegava o Natal, procurava e procuro não confundir o Jesus da história e o Cristo da fé. Por Jesus histórico, a obra monumental de John P. Meier (1942-2022) referia-se ao Jesus que podemos resgatar ou reconstruir, utilizando os instrumentos científicos da moderna pesquisa histórica. Considerando-se o estado fragmentário das nossas fontes e da natureza, muitas vezes indirecta, dos argumentos que devemos usar, este Jesus histórico será sempre um constructo científico, uma abstracção teórica que não coincide, nem pode coincidir, com a realidade plena do Jesus de Nazaré que, de facto, viveu e trabalhou na Palestina, no primeiro século da nossa era. Com a iluminação da fé sentimo-lo como nosso contemporâneo e vida da nossa vida mais profunda. O Jesus histórico não é o Jesus real. A própria noção de real é enganosa. Como observa o investigador citado, com humor, existem tantos livros sobre Jesus que dariam para três vidas e um budista pecador poderia muito bem ser condenado a passar as próximas três incarnações lendo-os todos [1].

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