Livros em 2022: torres e abismos

Para quem, na sua já distante adolescência, tanto desejou encontrar em língua portuguesa uma edição confiável que o ajudasse a entrar na obra seminal de Geoffrey Chaucer, 2022 começou bem.

Foto
Paul Celan, talvez a poesia mais intratável do século XX DR

Sempre me intrigou a razão pela qual obras estruturantes do “cânone ocidental” — de Homero a Joyce e de Virgílio a Proust — têm conhecido no Brasil maior, quando não melhor, sorte do que em Portugal. Será porque, em Portugal, sempre se leu, melhor ou pior, “no original” — coisa que há cem anos significava ler em francês e hoje significa ler em inglês? É verdade que a literatura nunca teve em Portugal esse “grande público” (feito de miríficos “leitores comuns”) para o qual se inventaram os livros de bolso, as traduções e outros meios de “democratização” cultural, mas poderá isso justificar que se continue a olhar para o Brasil com condescendência ou, mais frequentemente, com sobranceira ignorância?

Os leitores são a força e a vida do jornal

O contributo do PÚBLICO para a vida democrática e cívica do país reside na força da relação que estabelece com os seus leitores.Para continuar a ler este artigo assine o PÚBLICO.Ligue - nos através do 808 200 095 ou envie-nos um email para assinaturas.online@publico.pt.
Sugerir correcção
Ler 1 comentários