Cartas ao director

Metro do Porto

Já uma vez aqui lamentei as pequenas vilanias a que somos sujeitos no quotidiano sem termos meios de defesa eficazes face à dimensão das empresas/entidades públicas que os cometem. Pois cumpre-me assinalar uma outra, especialmente amarga, a validade dos cartões de títulos avulsos de transporte. Para comprar estas viagens somos obrigados a ter um cartão que tem um custo. Até aqui tudo bem. Mas o que começa a ser um abuso é que, um belo dia, quando o vamos carregar, a máquina nos diz que o seu prazo expirou. Mas expirou porquê, se em termos físicos e técnicos o cartão continua operacional? Isto só acontece porque não há opções ao serviço prestado pela Metro do Porto. É uma forma de "sacar" dinheiro aos clientes vendendo-lhes uma mercadoria de que não necessitam nem solicitaram. É como se comprássemos um telemóvel que contivesse, de fábrica, um dispositivo que o fizesse autodestruir-se ao fim de um ano. Um claro abuso de posição dominante. Temos leis para tudo, não há nenhuma que impeça esta vilania?

José Pombal, Vila Nova de Gaia

Política e futebol

Como se pode ler no PÚBLICO do dia 20 de Dezembro, a FIFA recusou transmitir, antes da final do Mundial, um discurso de apelo à paz do Presidente ucraniano, alegando "razões políticas". Ora a ausência da Rússia do Mundial, desde a fase de qualificação, não será em si mesma uma questão eminentemente política? Onde fica a coerência e onde se situa a fronteira que define até onde pode a FIFA esconder a cabeça na areia, ao não entender que esta questão ultrapassa em muito as clássicas tiradas do politicamente correcto "à política o que é da política, à bola o que é da bola"?

Luís Nascimento, Lisboa

Ver navios

Desde meados de Outubro que nas ligações fluviais entre Cacilhas e o Cais do Sodré têm operado apenas dois dos três navios normalmente adstritos àquele percurso. Com, naturalmente, grandes impactos na frequência de carreiras.

Os tempos de espera em horas de ponta chegam a atingir os 40 minutos. A 20 de Dezembro não houve nenhuma ligação entre as 17h30 e as 18h13. Quarenta e três longos minutos de espera, num terminal apinhado de gente que, em condições normais, naquele período, teria podido contar com quatro viagens. Em mais de dois meses nunca houve por parte da Transtejo qualquer explicação pública, pedido de desculpa, ou justificação aos seus utentes.

Ao mesmo tempo, no cais da Margueira junto à antiga Lisnave, estão atracados navios, parados, à espera não se sabe de quê nem porquê. Não há embarcações? Não há pessoal? Respostas e esclarecimento é que, comprovadamente, não tem havido.

Eduardo Miranda, Almada

Quem haveria de dizer

A Jangada de Pedra, obra literária do nosso Nobel da Literatura, José Saramago, terá tido uma edição especial para a biblioteca do Kremlin. Só que a tradução não foi a melhor, induzindo em grave erro o satânico Vladimir Putin ao invadir a Ucrânia, para a sua destruição total.

Assim — como na obra literária, a Península Ibérica acaba de se soltar do continente europeu, em que Portugal fica voltado para os EUA, com a Espanha, claro está, voltada para a Europa, de onde se despegaram —, com a ida de Volodymyr Zelensky aos EUA, para se encontrar com o Presidente Biden, também a Ucrânia está a caminho se se soltar do mau e criminoso vizinho, como a jangada de Saramago fizera, de acordo com Pedro Orce que isso constatou, ao sentir constantemente a terra a tremer.

José Amaral, Vila Nova de Gaia​

Apoios do Estado

Não temos dúvida de que os 240 euros como apoio extraordinário para paupérrimos fazem diferença. Isto não é filantropia, mas sim uma medida assistencialista, que vem dos cofres cheios dos impostos duma inflação sem freio e um reconhecimento da pobreza galopante. O Governo privilegia as contas certas (até ao enjoo...) na consolidação orçamental e controlo do défice em detrimento da melhoria das condições de vida de quem trabalha. É uma afronta não aumentar salários e pensões quando o défice não deve ultrapassar 1,5%. A Alemanha prevê 200 mil milhões de euros para apoios e o seu défice é mais do dobro do nosso. O ministro das Finanças é poupadinho no dinheirinho, sendo mais papista do que o Papa!

Estes apoios, os 120 euros que até os milionários dos "vistos gold" receberam, não fazem parte dum ideário de esquerda e alimentam uma estratégia caritativa e de consolidação de uma direita centrão onde o PS/Governo está enraizado.

Vítor Colaço Santos, São João das Lampas

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