Os “exames de cruzinhas” vieram para ficar

O IAVE tem vindo a criar um modelo de avaliação em que as questões abertas ao desenvolvimento da escrita são cada vez menos, assim comprometendo o grande objetivo da avaliação.

No passado dia 5 de novembro, Bárbara Reis manifestou, aqui no PÚBLICO, o seu desagrado face ao predomínio das questões de escolha múltipla no exame de Filosofia, uma disciplina em que se espera a valorização da capacidade de argumentar através da expressão escrita. E se a Bárbara Reis considera, e muito bem, que aqueles exames servem mal a Filosofia e os seus alunos, lamentavelmente não são de esperar alterações de fundo num futuro próximo. Na realidade, os alunos ainda não fazem “exames de cruzinhas” à americana, mas o princípio de resposta é o mesmo, sempre que o item/questão pede para selecionar a opção correta, seja através de escolha múltipla, chave de correspondência entre elementos ou preenchimento de espaços em branco. E como este tipo de perguntas tem vindo a expandir-se e a colonizar os instrumentos de avaliação externa, podemos dizer que os “exames de cruzinhas” vieram para ficar.

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