Um “tri” que começou no meio de uma ditadura

A Argentina ganhou o seu primeiro título em 1978 em casa. Oito anos depois, recuperou o troféu no México.

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Mario Kempes, o 10 da Argentina que marcou dois golos na final do Mundial de 1978 DR

Seis finais, três títulos. A Argentina finalmente chegou ao tricampeonato, 36 anos depois do México 86 e 44 anos depois do seu primeiro troféu, conquistado em casa e numa altura em que o país era governado por um regime ditatorial. Com a glória conquistada por Leo Messi e companhia, a “albiceleste” isolou-se no quarto lugar dos países com mais títulos mundiais, ainda atrás do Brasil (cinco), Alemanha e Itália (ambos com quatro), mas deixando para trás o grupo dos bicampeões, agora reduzido a dois, França e Uruguai.

A Argentina foi finalista pela primeira vez logo na primeira edição do torneio, em 1930, derrotada pelo Uruguai, por 4-2. Só voltaria à final 48 anos depois, em 1978, no Mundial que organizou. Para além de todos os problemas associados a um torneio acolhido por um país governado por uma ditadura, também a vitória da Argentina ficou marcada por múltiplas alegações de corrupção, sobretudo num jogo com o Peru em que a “albiceleste” precisava de ganhar por quatro golos para chegar à final em vez do Brasil — ganhou 6-0.

Ainda sem Maradona (que só tinha 17 anos, mas já era uma “estrela” emergente), César Menotti tinha em Mario Kempes a sua grande “estrela” e em Daniel Passarella o capitão e um líder. Kempes marcaria dois dos três golos com que a Argentina derrotou a Holanda (sem Cruyff), por 3-1, na final realizada no Monumental, em Buenos Aires.

Oito anos depois, no Mundial do México, foi Maradona e mais dez. “El Pibe” liderou a Argentina rumo ao bicampeonato com golos que se tornaram lendas, sobretudo os dois à Inglaterra nos quartos-de-final — o “barrilete cósmico” e a “mão de Deus”. Na final com a RFA, ganhou a Argentina, 3-2, com golos de Brown, Valdano e Burruchaga, contra os de Rummenigge e Völler.

De novo com Maradona ao leme, os argentinos ainda voltariam à final no Itália 90, mas sofreram com a vingança alemã – Brehme marcou de penálti o único golo dessa final. Foi também contra a Alemanha que os argentinos perderam a final de 2014, com golo no prolongamento de Mario Götze, num jogo em que Leo Messi foi apenas “normal”, algo que ele não costuma ser.

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