Prejuízos com o mau tempo podem chegar aos 14 milhões de euros em Oeiras

Ministra Marina Vieira da Silva visitou Algés e voltou a não se comprometer com data para o envio dos apoios do Governo às entidades prejudicadas pelas intempéries.

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Marina Vieira da Silva visitou Algés guiada por Isaltino Morais LUSA/ANTÓNIO PEDRO SANTOS

Os prejuízos causados pelas intempéries das últimas duas semanas podem chegar aos 14 milhões em Oeiras. O cálculo foi avançado pelo presidente da autarquia, Isaltino Morais, durante uma visita a Algés da ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva.

O concelho de Oeiras foi um dos mais afectados pelas fortes chuvadas, em especial a União de Freguesias Algés-Linda-a-Velha e Cruz Quebrada-Dafundo, onde se verificaram grandes cheias. Isaltino Morais tinha calculado um prejuízo de cerca de 3,7 milhões euros no comércio e nas famílias após a enxurrada da passada semana, que, após a nova intempérie na madrugada de terça-feira, “subiram para próximo dos cinco milhões de euros.

Ainda mais elevados são os prejuízos estimados nas diversas infra-estruturas municipais, que o presidente da câmara calcula em cerca de 8 milhões de euros. “Só recuperar o muro que abateu no Dafundo vai custar entre 1,5 e 2 milhões de euros”, afirmou ao PÚBLICO Isaltino Morais.

O presidente da câmara diz que a autarquia já aprovou uma verba de 1,5 milhões de euros para os primeiros apoios ao comércio e famílias e estima começar a pagar as compensações pelos prejuízos até ao dia 15 de Janeiro do próximo ano. “O mais importante é celeridade. Temos de ser rápidos na ajuda porque as pessoas sofreram muito e precisam já de apoios. (…) Esperava que o prejuízo fosse mais, tendo em conta a dimensão do fenómeno, mas penso que vai ficar mais ou menos pelas verbas que já referi”, acrescentou o autarca.

Mariana Vieira da Silva, que na quarta-feira tinha visitado o concelho de Loures, também muito afectado pelas fortes chuvadas, visitou nesta quinta-feira Algés, a freguesia mais fustigada em Oeiras.

Isaltino esperava-a junto à passagem subterrânea da estação ferroviária de Algés, que ficou totalmente inundada na terça-feira, mas que abriu na noite de quarta-feira, depois de ser retirada toda a água e lama acumulada.

O presidente da autarquia explicou-lhe como os serviços da câmara “agiram rapidamente” nos trabalhos de limpeza, permitindo que “as coisas estejam a voltar o mais depressa possível à normalidade”. “Só ainda está encerrado o parque de estacionamento [junto à estação ferroviária] e o centro de saúde. Mas não vai haver problema porque temos aqui sete centros de saúde. Se houver médicos, não vai haver problema, mas esta também não é a altura para reclamar mais médicos”, afirmou Isaltino. A ministra esboçou um tímido sorriso.

Durante a visita à baixa de Algés, que durou cerca de uma hora, Isaltino Morais quase nunca se calou. Contou à ministra como tudo tinha acontecido nas duas intempéries – “eram rios de água vindos de várias ruas a correr para a baixa” de Algés -, como a autarquia “iniciou o combate rapidamente, não se podendo criticar nada na resposta” e pormenorizou os “muitos estragos”.

Já a ministra voltou a não se comprometer com uma data para o envio dos apoios às entidades prejudicadas pelo mau tempo, mas espera que os municípios afectados enviem ao Governo a contabilidade dos prejuízos até ao final do ano, para que o executivo também possa “determinar os apoios o mais rápido possível.”

"Estamos a trabalhar para ter um processo muito célere. Para as infra-estruturas municipais há os fundos municipais de emergência. O fundamental é apoiar os comerciantes e recuperar os equipamentos”, afirmou Mariana Vieira da Silva, que elogiou os trabalhos que estão a ser feitos pelos autarcas, sublinhando que sua "capacidade de limpar tudo rapidamente também diminui os prejuízos".

“Há um momento para avaliarmos os riscos. Podemos acreditar nos nossos olhos quando vimos as imagens, mas, para atribuir apoios, precisamos de algo mais. Hoje há uma reunião da CCDR [Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional] e a nossa expectativa é que, conseguindo todos os municípios até ao fim de ano entregar-nos os prejuízos, podemos até ao fim do ano aprovar não só o montante, mas principalmente os instrumentos através dos quais podemos dar esses apoios”, acrescentou.

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