Adriano Pedrosa, director do Museu de Arte de São Paulo, nomeado curador da Bienal de Veneza 2024

O brasileiro, que já dirigia o sector de artes visuais da bienal, será o primeiro curador latino-americano na história deste evento internacional.

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Adriano Pedrosa DANIEL CABRAL/cortesia MASP

O curador brasileiro Adriano Pedrosa dirigirá a 60.ª Exposição Internacional de Arte da Bienal de Veneza, anunciou esta quinta-feira a organização do evento, que decorrerá entre Abril e Novembro de 2024.

A nomeação do actual director do sector das artes visuais da Bienal de Veneza e também director artístico do Museu de Arte de São Paulo (MASP), no Brasil, foi decidida pelo conselho de administração.

Adriano Pedrosa, que será o primeiro curador latino-americano deste evento internacional, foi anteriormente curador-adjunto da 24.ª Bienal de Arte de São Paulo (1998), curador de exposições e colecções no Museu de Arte da Pampulha, em Belo Horizonte (2000-2003), e co-curador da 27.ª Bienal de São Paulo (2006), da 12.ª Bienal de Istambul (2011), na Turquia, e do pavilhão de São Paulo na nona Bienal de Arte de Xangai (2012), na China.

No MASP, Pedrosa fez a curadoria de várias exposições, incluindo as individuais dedicadas a artistas como Tarsila do Amaral, Anna Bella Geiger, Ione Saldanha, Maria Auxiliadora, Gertrudes Altschul, Beatriz Milhazes, Wanda Pimentel e Hélio Oiticica. Organizou igualmente a série de narrativas temáticas: Histórias da Infância (2016), Histórias da Sexualidade (2017), Histórias Afro-atlânticas (2018), Histórias de Mulheres, Histórias Feministas (2019), Histórias da Dança (2020) e Histórias Brasileiras (2022).

Acolheu ainda, no MASP, no primeiro trimestre de 2020, a exposição Joints, voids and gaps ("Junções, vazios e intervalos"), da portuguesa Leonor Antunes, mais tarde levada ao Museu de Arte Moderna do Luxemburgo (MUDAM), e para a qual Pedrosa co-organizou o catálogo, com a curadora Amanda Carneiro. A artista representou Portugal na Bienal de Arte de Veneza 2019.

Adriano Pedrosa recebeu recentemente o Prémio Audrey Irmas de Curadoria de Excelência, atribuído pelo Centre for Curatorial Studies do Bard College, em Nova Iorque.

Formado em Direito pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro, Adriano Pedrosa é mestre em Arte e Crítica pelo Instituto das Artes da Califórnia, nos Estados Unidos, e colabora com várias publicações da especialidade, entre as quais a Artforum (Nova Iorque), a Art Nexus (Bogotá), a Exit (Madrid), a Flash Art (Milão), a Frieze (Londres), e o Manifesta Journal (Amesterdão).

O presidente da Bienal de Veneza, Roberto Cicutto, justificou a escolha do curador na sequência da linha de trabalho da anterior curadora, Cecilia Alemani, responsável pela exposição principal da edição deste ano, The Milk of Dreams, onde a pintora portuguesa Paula Rego esteve em destaque.

Adriano Pedrosa "é conhecido pela sua competência e originalidade, tendo mostrado nas exposições que organizou uma visão aberta à contemporaneidade, colocando-se num ponto de observação do mundo que não esquece a natureza das suas origens", comentou o presidente da bienal.

"Cada vez mais, a Bienal de Veneza não quer apresentar um catálogo do que existe na arte, mas dar forma a contradições e diálogos, sem os quais esta área permaneceria um enclave vazio da sua força vital", sublinhou.

Também citado no comunicado da organização, Adriano Pedrosa disse por seu turno estar "honrado com o prestigioso convite, especialmente por ser o primeiro latino-americano a ser designado para curador da Exposição Internacional da Bienal de Veneza".

Na opinião do curador brasileiro, a missão que lhe foi confiada "é um desafio emocionante e uma responsabilidade", e ainda uma "oportunidade única" de convidar artistas a realizarem os seus projectos neste evento internacional de arte contemporânea.

A 60.ª Exposição internacional de Arte da Bienal de Veneza vai decorrer entre 20 de Abril e 24 de Novembro de 2024, com pré-abertura a 18 de Abril.

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