Novos passadiços de Mação destruídos: muitas partes “foram levadas pela corrente”

Os Passadiços da Ortiga, inaugurados este ano junto ao Tejo, apresentam-se agora “em grande parte com alguma destruição” e submersos. O projecto custou cerca de 300 mil euros.

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Um detalhe dos passadiços inaugurados em Fevereiro CM Mação

O presidente da Câmara Municipal de Mação (Santarém) afirmou esta quarta-feira que foi com tristeza que constatou no local o elevado grau de destruição dos passadiços de Ortiga, inaugurados este ano à beira Tejo, por força da corrente das águas.

"Efectivamente é uma situação triste o que aconteceu e os passadiços da Ortiga estão, não diria todos destruídos, mas em grande parte com alguma destruição", disse à Lusa Vasco Estrela (PSD), tendo referido que se deslocou à zona ribeirinha, onde constatou que "algumas partes ainda estão no local e que muitas outras foram levadas pela corrente".

No entanto, observou o autarca, a esta altura ainda não é possível ter uma "percepção total dos estragos" causados pela força das águas, uma vez que "o caudal do rio ainda está bastante elevado", sendo de "dar mais alguns dias para se ter uma percepção mais fina daquilo que aconteceu, do nível de estragos e daquilo que eventualmente possa ou não ser feito, recuperado ou não recuperado, e para uma avaliação concreta dos prejuízos e da destruição que ali ocorreu".

A construção dos passadiços, num percurso ribeirinho com cerca de 1.300 metros integrado nas Rotas das Pesqueiras e Lagoas do Tejo, representou um investimento na ordem dos 300 mil euros, comparticipado por fundos comunitários em 85%, tendo os mesmos sido inaugurados em Fevereiro.

O percurso, junto ao antigo Bairro dos Pescadores de Ortiga, faz-se ao longo do Tejo, entre passadiços em madeira e trilhos pedestres, e em que o rio é o fio condutor de uma visita com direito a miradouro sobre o curso de água e sobre as mais de 20 pesqueiras tradicionais e de ligação às Lagoas do Tejo, tendo o projecto revitalizado uma zona de forte valor cultural, histórico e patrimonial.

"Estamos a falar de uma destruição grande e, efectivamente, com prejuízos avultados", disse Vasco Estrela, tendo lamentado o ocorrido num projecto "estruturante" e que "estava a ter sucesso pelo número de pessoas que iam visitar aquele local", num investimento que visava "devolver o rio às pessoas".

Tendo reiterado a "imensa pena" e "tristeza" por aquilo que aconteceu, o autarca disse estar "ciente dos riscos" da construção, mas que nunca se contava com um cenário desta violência.

"Havia a possibilidade de haver cheias, como houve no passado, mas nunca pensámos que pudessem ser com esta violência e também não podemos descontextualizar aquilo que aconteceu aqui em Mação e o que aconteceu no resto do país, uma situação por muitos referida de perfeitamente anormal e que conduziram a este desfecho", afirmou.

"Há sempre risco nestes tipos de projectos, infelizmente, as coisas correram mal para o concelho de Mação", lamentou.

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