Câmara de Coimbra quer “dar o salto” e levar as ciclovias para dentro da cidade

“Estamos na fase do planeamento” das ciclovias, disse a vereadora com o pelouro dos Transportes, realçando que o município irá avançar com a execução “quando houver dinheiro para isso”.

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Coimbra tem poucas ciclovias Rui Gaudencio

A vereadora da Câmara de Coimbra com o pelouro dos Transportes afirmou nesta segunda-feira que "é preciso dar o salto" e levar as ciclovias para dentro da cidade, já que a rede existente está apenas "ligada ao desporto e lazer".

Durante a reunião do executivo, Ana Bastos realçou que o município pretende alargar as redes de ciclovias e recordou que a rede existente "está ligada ao desporto e ao lazer, à volta do rio [Mondego]".

"É preciso dar o salto e trazê-las para dentro da cidade", afirmou a vereadora eleita pela coligação Juntos Somos Coimbra (PSD/CDS-PP/Nós, Cidadãos!/PPM/Volt/RIR/Aliança), que lidera o município.

Segundo Ana Bastos, o "salto" através da criação de ciclovias dentro da cidade de Coimbra "só pode ser feito à custa do estacionamento", o que é uma atitude impopular.

Acusou também o PS (que anteriormente liderava a autarquia) de nunca ter feito ciclovias na malha urbana face a essa necessidade. "Estamos na fase do planeamento" das ciclovias, acrescentou a vereadora, realçando que o município irá avançar com a execução "quando houver dinheiro para isso".

A vereadora recordou que o município está perante o final de um quadro comunitário e que aguarda pelo arranque do próximo para poder executar tal programa.

Ana Bastos falava na sequência de uma intervenção do vereador do PS José Dias, que acusava o município de não ter "qualquer medida ou acção sobre a criação de condições para bicicletas ou trotinetas conseguirem deslocar-se pela cidade sem constrangimentos".

Para Ana Bastos, o executivo, que entrou em funções em 2021, encontrou Coimbra "na estaca zero no que toca a mobilidade".

Ainda sobre a área dos transportes, a vereadora voltou a notar problemas nos Serviços Municipalizados de Transportes Urbanos de Coimbra e referiu que estão a ser estudadas várias opções face à falta de autocarros.

No período antes da ordem do dia, o presidente da Câmara, José Manuel Silva, aproveitou para fazer "um forte apelo ao INEM e ao Ministério da Saúde" para renovar o seu parque de ambulâncias e criticou o facto de a ambulância INEM dos Sapadores de Coimbra estar constantemente na oficina, sendo necessária uma viatura nova para uma corporação que faz "cerca de 200 serviços por mês para o INEM".

Na reunião de Câmara, foi aprovado a proposta, com os votos a favor da coligação Juntos Somos Coimbra e votos contra do PS e CDU, de aumento de tarifário da empresa municipal Águas de Coimbra de 2,7%, com excepção da tarifa social, que se mantém inalterada.

O documento, consultado pela agência Lusa, dá nota de que este aumento acompanha a actualização de 2,7% dos preços do abastecimento e saneamento "em alta" por parte da Águas do Centro Litoral (AdCL).

"É de uma insensibilidade atroz avançar com uma proposta de alteração do tarifário", criticou a vereadora socialista Regina Bento -- posição subscrita pelo vereador da CDU Francisco Queirós.

Segundo a proposta, a actualização do tarifário, para um cliente que tenha um consumo de cinco metros cúbicos por mês, a fatura passa de 16,23 euros para 16,64 euros e, para um cliente com um consumo de dez metros cúbicos por mês, passa de 26,88 euros para 27,65 euros.

"Estamos a falar de um aumento de cêntimos, não aumentando a tarifa social, porque nós temos consciência social, mas também queremos que a Águas de Coimbra seja uma empresa sustentável e possa fazer as obras de saneamento necessárias", defendeu José Manuel Silva.

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